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Crítica é uma coisa interessante. Existem diversas classificações da tal da crítica: desde a hipócrita crítica construtiva, passando pela corrosiva crítica pessoal, enveredando pela distorcida crítica da imagem que formamos.
Tentando explicar esse raciocínio complexo e profundo, penso que existem, em quase todas as profissões, personagens de destaque.
Tomemos o futebol.
Ronaldo (Fenômeno) é uma das maiores histórias do futebol
de todos os tempos. Além dos inúmeros títulos, o que o cidadão
tomou de porrada dos adversários e da vida - e deu a volta em todas elas - é uma grandeza.
Entretanto, a imagem que ele projeta causa desconforto em muita gente (inclusive eu). Seja por inveja pura e simples, seja por se incomodar com o layout que vê, o que acaba acontecendo é uma crítica carregada por impressões inconscientes - ou não - o que tende a comprometer a realidade. Certo, biscoito?
Outra categoria é o Romário. Pra mim, de pentelho insuperável, hoje ascendeu à categoria de “ Ihh! Olha o cara! Quem diria...”
Ou seja, na imensa maioria das vezes a gente critica a imagem que processamos da pessoa e não a sua atuação profissional.
Como exemplo, qualquer coisa que o Zico disser sobre futebol leva 99,9% de chances de obter minha entusiasmada concordância.
Mas, divago.
Assistindo Fluminense X Grêmio, dada a total ausência de emoção, resolvi prestar atenção no Barcos (Grêmio) e no Jean (Fluminense).
O Barcos, no primeiro tempo, recebeu meia dúzia de bolas de costas para o gol. Com grande categoria matou cinco em seis, deu passes certeiros e, na que perdeu, deu sorte: de imediato a bola voltou para o Grêmio.
O Jean foi inteligente e rápido. Só.
E quem mais me chamou a atenção foi o Bruno, lateral do Fluminense: o cara é burro! Não por ter marcado gol contra - ou, pensando melhor, talvez sim - mas, pelo “conjunto da obra”.
Agora a conclusão instigante: por que o locutor que vos fala tem tão concisas e precisas informações? Simples: nunca vi nenhum dos três falando. O Barcos, já vi em fotografia. O Jean, mesmo se estiver perfilado no hino, passo batido. O Bruno, tadinho, penou nas minhas impressões pelo simples fato de eu não ter a mínima ideia de quem seja. Se amanhã eu assistir alguma entrevista dele, certamente vou mudar de opinião. Pra melhor ou pra pior...
Ou seja, não tenho imagem pessoal formada de nenhum deles.
Fica fácil.
Procede?
ATUALIZAÇÃO
Fluminense 0 X 3 Grêmio.
Não gosto do Luxemburgo.
E gosto do Abel. Um zagueirão simpático e, pasmem, pianista!
Mas, o Luxa tem um passado muito respeitável. Para minha tristeza, ele, como técnico, enfrentou o Abel quinze (15) vezes e nunca perdeu.
Segue a vida.