sábado, 6 de agosto de 2011

PELO RETORNO DO PAPO CABEÇA!

No decorrer de uma ilustrativa conversa sobre reminiscências adolescentes, fui devidamente informado que “papo cabeça” caiu em desgraça. Não se usa mais nem a nomenclatura - o que dirá o ato em si! (Mas, não era exatamente o que estávamos fazendo...?)

Ocorre que sou um saudosista do papo cabeça. Minha teoria é que fomos, todos, contaminados pela urgência, pelo atribulado dia a dia de nossas tão atarefadas vidas e, insuflados pela mídia em geral (que paga qualquer preço para que paremos de pensar), colocamos o papo cabeça no fundo da gaveta - ao lado do pinguim da geladeira.
O que significa que ainda há esperança. O papo cabeça pode voltar como uma coisa, sabe assim, “kitsch”?!

Claro que, num papo cabeça que se preze, existem procedimentos a serem observados.

Pra começar, um papo cabeça ideal comporta quatro pessoas. Dessas, a metade deve ter opiniões antagônicas; melhor ainda se forem dois casais onde as mulheres discordarão firmemente dos homens e vice-versa mais ainda.

O assunto não interessa. Pode ir da importância da embalagem de desodorante na masturbação feminina ao último escândalo do planalto central. Fundamental é que o assunto seja esticado, deturpado, adulterado até que ninguém mais saiba como começou. (É evidente que tudo deve ser regado à cerveja ou vinho ou o que quiserem, acompanhado de muitos tira-gostos que poderão, dependendo do rumo da conversa, ser utilizados como armas.)

Normalmente o assunto deve descambar para algo próximo - porém suportável - à terapia de grupo; onde são reveladas idiossincrasias várias, surpresas por coincidências inesperadas, mal disfarçado asco por discordâncias atávicas, mas, no geral, acabam todos saindo satisfeitos, com a sensação de uma noite agradável e com um monte de coisas pra pensar no dia seguinte. (As que sobreviverem à densa névoa das lembranças embaçadas pelo álcool e sentimentos diversos.)

De qualquer maneira, seguidas as convenções sociais básicas, o resultado vai sempre ser, sem sombra de dúvida, da melhor qualidade.

Complicado é arrumar quem concorde...

2 comentários:

  1. Eu concordo, Tiago! E tenho certeza que a Méri também. E, é claro, não pode faltar o cigarro, o uísque e, antes de ir embora, o cafezinho.

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  2. Cigarro, uísque, cafezinho são boas "acrescentâncias"!
    Quanto à concordância da Dona Méri, há controvérsias.

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