Motoristas de táxi e barbeiros não formam, como pode parecer a princípio, uma redundância. Até porque os taxistas, antigamente apelidados, em algumas regiões, de “marretas”, no geral melhoraram bastante o desempenho na direção.
Enquanto isso os barbeiros evoluíram para cabeleireiros e outras denominações que dependem do grau de frescurite e do tamanho do desfalque que irão provocar no seu bolso.
Mas, uma coisa eles continuam tendo em comum: as soluções para todos os problemas nacionais, internacionais, esportivos, políticos, técnicos, sentimentais ou qualquer outro assunto que você, desavisado passageiro ou prisioneiro da cadeira, tiver a má idéia de trazer à baila. (Putz! “Trazer à baila”...)
Diz a lenda que o Elias Kalil (presidente do Galo mineiro na década de 80), quando perguntado pelo barbeiro como queria que fosse cortado o cabelo, respondia: “- Calado!”.
Curto e grosso. Mas, cheio de razão.
Por outro lado, temos que reconhecer a complicada realidade do cidadão: o dia inteiro entre pentes, escovas, tesouras, navalhas, maquininhas, espelhos e televisão, televisão, televisão – de 8 às 20h.
É de endoidar. Aí, tome falação no ouvido da vítima. Se for pra fazer a barba então, munido de uma navalha que mais parece um bisturi no gogó do incauto, ele pode falar o que quiser e bem entender.
Assim sendo, como me restam poucos cabelos, aguardo o dia em que não vou mais precisar dos préstimos de tão valorosa classe e, por enquanto, vou tentando conduzir a coisa num estilo, digamos, um pouco mais suave do que o Kalil.
- E aí meu camarada, como vai querer o cabelo?
- Bem curto que é pra demorar mais tempo preu ter que voltar aqui...
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