sexta-feira, 10 de junho de 2016

SINCERICÍDIO


Tenho todos os carros que quero, moro na mansão que sempre sonhei, tenho casas em vários lugares paradisíacos, como nos restaurantes que quero, compro o que me der na telha, viajo pra onde quero quando quero, mantenho vários e modernos escravos a meu serviço - a um custo ridículo para minhas posses.

Sou paparicado pelos ‘amigos’, homenageado pelas instituições às quais faço doações que desconto no meu imposto, promovo festas que rendem páginas e páginas nas ‘Caras’ da vida.

Tenho várias contas em paraísos fiscais, todas bem arrumadinhas.

Tudo isso à custa de muito trabalho, muita dedicação, muita falcatrua, muitos acordos, que garantem minha reputação de ilibado, probo, um fruto exemplar da meritocracia.

Mas, quero mais! E Mais!! E MAIS!!!

Será por vício? Por ganância ilimitada?
Afinal, já nem tenho e nem preciso de metas materiais.

A resposta é: O Poder!
O dinheiro mais que me sobra para o conforto e as alegrias do desfrute. Mas, não consigo parar. Preciso do Poder.
A qualquer custo. A qualquer risco.

Às vezes, entre um gole e outro de Cheval Blanc 1947 (R$ 34.000,00 a garrafa) dou uma paradinha e me pergunto: Por Quê?

Fico sem resposta e, sinceramente, não me importo.

7 comentários:

  1. Acho que você tentou fazer uma crônica da existência humana... É inevitável que teria mesmo que incluir muitos porquês, e terminar sem resposta...
    Mas vale, entre outras coisas, pela observação do que não faz sentido.
    Abraço

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    1. Matias, "existência humana", nem tanto...
      A "inspiração" foi mesmo em nossos políticos, empresários, etc.
      Abs.

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  2. Tudo na vida é sorte, um substantivo que muitos desconhecem seu poder pois pode significar destino, fado, ou um acontecimento casual, que pode ser bom ou mau. portanto a palavra sorte pode ter significados diferentes, usados em diversos contextos. No âmbito da filosofia é algo que resulta da casualidade, sendo a expressão de um fenômeno que não é possível prever ou explicar. Nunca tiver a sorte de ser assaltado nem tão pouco ede ter todos os carros que quero, morar na mansão que sempre sonhei, tenho casas em vários lugares paradisíacos, comer nos restaurantes que quero,mas tive a sorte de ter inteligência suficiente para entender que essa vida só vale a pena se a gente tiver coragem para enfretá-la, com sorte ou sem ela vou vivendo por essas linhas tortas e com a somatória de erros consigo multiplicar meus conhecimentos e assim como os mestres tibetanos, eu aprendi a colher margaridas mesmo nos caminhos mais cinzentos dessa vida!
    Como é bom extravasar com a letras, né amigo! abração


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  3. Desejar é o que une o homem à sua vida.
    Une pela falta.
    A insatisfação o coloca em movimento.
    Esta é a força que o move, que o faz crescer, e neste sentido o homem positivo alcança grandes realizações, mas nem todos os homens são positivos. Somente, alguns! Einstein, Galileu, Isaac Newton, até mesmo Cristiano Ronaldo é um homem positivo. Pode ser prepotente, mas faz pra si, sem prejudicar ninguém, sem espoliar ninguém. Sobram os Cunhas, os Renans, os Sarneys, os Dirceus, que constituem imensa massa, passando por aqueles que assassinam gays, queimam mendigos, e outros que matam por um relógio. E no país da impunidade, do sistema feudal, e dos hipócritas ativistas dos direitos humanos que protegem bandidos, a incidência de merdas humanas aumenta substancialmente.
    Vitor Lemos

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    1. A propósito, li hoje um ótimo artigo do Gregório Duvivier intitulado "Não se mate ainda não".
      Segue um trecho:
      "Nunca me esqueço um dia em que alguém contou um caso bárbaro de violência televisionada, concluindo que 'o mundo tá a cada dia mais violento'. Ao que o Millôr retrucou: 'Você já ouviu falar na técnica de empalamento? Já ouviu falar no genocídio armênio? Já viu fotos de um gulag? O mundo nunca foi tão pouco violento; a gente é que nunca foi tão bem informado.'"

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  4. Ah, sim! Existiram extremos na história mundial muito mais contundentes que hoje, embora não devamos esquecer da questão síria e do EI. O meu comentário era focado no mundo ocidental dos dias de hoje, em civilizações europeias que já alcançaram um nível ótimo de respeito às leis, de busca da igualdade de direitos entre os seus cidadãos. Temos muito que caminhar ainda até chegar lá, porque vivemos num sistema feudal, onde os coronéis substituem os reis, e, somente, agora surge alguma forma de punição aos criminosos corruptos. Matam muito nos EUA, mas lá, os merdas pegam no mínimo prisão perpétua. Aqui saem com seis anos com bom comportamento. Ninguém tem o direito de tirar uma vida humana, por motivo algum que seja, e quem o faz, tem que mofar na cadeia.
    Vitor Lemos

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