Johan Maurits van
Nassau-Siegen, codinome "O Brasileiro", chegou a Pernambuco em 1637
contratado pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. Cuja estava na pior
e contratou o Maurício de Nassau para levantar as finanças.
Em apertada síntese (como gostam os advogados), Naná chegou
e botou pra quebrar:
• Estabeleceu relações
amistosas entre holandeses, comerciantes e latifundiários, incrementou a
economia açucareira, introduziu métodos aperfeiçoados de cultivo da
cana-de-açúcar e do fumo;
• Permitiu a liberdade
de culto entre holandeses, franceses, italianos, belgas, alemães, flamengos e
judeus, que oriundos da Península Ibérica e do norte europeu, foram atraídos
para a Nova Holanda pelo clima de tolerância religiosa que não havia na Europa.
Neste período foi fundada uma sinagoga no Recife, considerada a primeira das
Américas;
• Decidido a
transformar Recife em uma moderna capital, determinou o projeto da cidade
Maurícia (Mauritsstad), responsável
pelos atuais traçados urbanísticos dos bairros de Santo Antônio e São José,
onde drenou terrenos, construiu canais, diques, pontes, palácios (Palácio de Friburgo e Palácio da Boa Vista),
jardins (botânico e zoológico), um
museu natural e um observatório astronômico. Organizou serviços públicos
essenciais como o de bombeiros e de coleta de lixo;
• Erudito e humanista,
interessava-se pelas ciências e pelas artes. Tão logo foi nomeado, reuniu um
grupo de cientistas, teólogos, arquitetos, médicos e pintores:
O cientista Willem
Piso veio para estudar as doenças tropicais.
O paisagista Frans
Post, de vinte e poucos anos, vinha recomendado por seu irmão Pieter Post e era
tão desconhecido quanto o retratista Albert Eckhout.
O cartógrafo Cornelis
Golijath e o astrônomo saxão Georg Marggraf, que, com Piso, seria o autor da
Historia Naturalis Brasiliae (Amsterdã, 1648), primeira obra de caráter
científico sobre a natureza brasileira.
Ao humanista Caspar Barlaeus, Nassau encomendou a
redação da história de seu governo no Brasil. Vieram ainda três vidraceiros e um entalhador.
Em 1644 ele se mandou
de volta pra casa.
Ou seja, em sete (07!) (VII!)
anos o cidadão aprontou isso tudo além de se meter em constantes guerras contra
portugueses, espanhóis e quem mais aparecesse porque, como sabemos, essa galera
não passava sem uma guerrinha ao entardecer.
Chega ou quer mais?
Volta Naná!
Pois é...o que seria um Brasil colonizado por holandeses? Nassau nos deu uma breve amostra de que tudo poderia ser diferente, inclusive na cultura do jeitinho brasileiro, mas...aí me pego pensando na herança do apartheid sul africano...
ResponderExcluirVitor Lemos
Tá certo mas... perguntar não ofende:
ExcluirSerá que não estamos - hoje - vivendo um "apartheid" gerado pela grande mídia?