domingo, 1 de fevereiro de 2015

NANÁ 2018

Johan Maurits van Nassau-Siegen, codinome "O Brasileiro", chegou a Pernambuco em 1637 contratado pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. Cuja estava na pior e contratou o Maurício de Nassau para levantar as finanças.

Em apertada síntese (como gostam os advogados), Naná chegou e botou pra quebrar:

• Estabeleceu relações amistosas entre holandeses, comerciantes e latifundiários, incrementou a economia açucareira, introduziu métodos aperfeiçoados de cultivo da cana-de-açúcar e do fumo;

• Permitiu a liberdade de culto entre holandeses, franceses, italianos, belgas, alemães, flamengos e judeus, que oriundos da Península Ibérica e do norte europeu, foram atraídos para a Nova Holanda pelo clima de tolerância religiosa que não havia na Europa. Neste período foi fundada uma sinagoga no Recife, considerada a primeira das Américas;

• Decidido a transformar Recife em uma moderna capital, determinou o projeto da cidade Maurícia (Mauritsstad), responsável pelos atuais traçados urbanísticos dos bairros de Santo Antônio e São José, onde drenou terrenos, construiu canais, diques, pontes, palácios (Palácio de Friburgo e Palácio da Boa Vista), jardins (botânico e zoológico), um museu natural e um observatório astronômico. Organizou serviços públicos essenciais como o de bombeiros e de coleta de lixo;

• Erudito e humanista, interessava-se pelas ciências e pelas artes. Tão logo foi nomeado, reuniu um grupo de cientistas, teólogos, arquitetos, médicos e pintores:
O cientista Willem Piso veio para estudar as doenças tropicais.
O paisagista Frans Post, de vinte e poucos anos, vinha recomendado por seu irmão Pieter Post e era tão desconhecido quanto o retratista Albert Eckhout.
O cartógrafo Cornelis Golijath e o astrônomo saxão Georg Marggraf, que, com Piso, seria o autor da Historia Naturalis Brasiliae (Amsterdã, 1648), primeira obra de caráter científico sobre a natureza brasileira.
Ao humanista Caspar Barlaeus, Nassau encomendou a redação da história de seu governo no Brasil. Vieram ainda três vidraceiros e um entalhador. 

Em 1644 ele se mandou de volta pra casa.

Ou seja, em sete (07!) (VII!) anos o cidadão aprontou isso tudo além de se meter em constantes guerras contra portugueses, espanhóis e quem mais aparecesse porque, como sabemos, essa galera não passava sem uma guerrinha ao entardecer.

Chega ou quer mais?
Volta Naná!

2 comentários:

  1. Pois é...o que seria um Brasil colonizado por holandeses? Nassau nos deu uma breve amostra de que tudo poderia ser diferente, inclusive na cultura do jeitinho brasileiro, mas...aí me pego pensando na herança do apartheid sul africano...
    Vitor Lemos

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    1. Tá certo mas... perguntar não ofende:
      Será que não estamos - hoje - vivendo um "apartheid" gerado pela grande mídia?

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