quinta-feira, 31 de março de 2011

RITUAIS

Diga lá, atento leitor: por que o ser humano precisa tanto de rituais?

Qualquer jogo de futebol, vôlei, basquete ou bola de gude, envolve um monte de rituais que vão desde a entrada no campo até o final: saudação à torcida, hinos, entrevistas repetitivas, etc, etc.

Qualquer reunião daqueles lá - os que fingem que trabalham para o “povo” - envolve a mesma ou maior quantidade de rapapés e tudo mais.

Em todo e qualquer agrupamento humano parece haver uma série de códigos e comportamentos obrigatórios cujos devem, sempre, ser realizados.

Seja em reunião de condomínio, de família ou de trabalho, seja em pretensamente agradáveis e inocentes encontros para tomar chopp e jogar conversa fora, é preciso um extremo cuidado. Principalmente nesse último item porque aí é que mora um dos supra-sumos da hipocrisia: ninguém "joga conversa fora". Tudo o que você disser deve ser, sempre, cuidadosamente pensado e repensado.

É preciso paciência e atenção porque se você infringir as regras será cruelmente tratado e devidamente afastado do convívio.
Então, vamos continuar saudando as pessoas com as mesmas palavras, vamos continuar conversando e, principalmente, concordando sobre os mesmos temas, vamos continuar agindo como miquinhos amestrados e seremos eternamente felizes e integrados.

A exceção que confirma a regra é quando pessoas amigas, envolvidas no tal do convívio social, estão cagando e andando pra essas bobagens.
Mas isso é raro. Muito raro.

3 comentários:

  1. Não acha que, mesmo quando estamos 'cagando e andando', aí também estamos cumprindo um ritual? O ritual de cagar e andar para rituais, talvez?

    E que mal há nos rituais? Servem para nossa limitação humana suportar um pouco melhor algumas coisas dessa vidinha boa e besta! Dá para se divertir e ser autêntico, ainda assim... olhaí vc!

    Ora!

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  2. Acho não.

    Os rituais a que me refiro são quase como a história dos cinco macacos. Todo mundo faz sem saber bem porque está fazendo. Os exemplos são vários: atitudes em velórios, casamentos, aniversários, etc; pompa e circunstância em ridículas reuniões de associações diversas.
    E por aí vai.

    Claro que um mínimo é fundamental mas, aí é mais pra etiqueta do que ritual no sentido a que me referi...

    Bj.

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