segunda-feira, 25 de outubro de 2010

TICO MICO



Boas histórias sempre aparecem numa conversa de boteco. E nada melhor do que conversar com quem tem o que contar. É o caso do meu amigo Renê, criado na zona norte, numa época em que os bairros do Rio de Janeiro se pareciam com cidades do interior - tanto pelos costumes quanto pelo cotidiano.

A história:
Semana santa, a turma prepara o Judas para a malhação, boneco montado, cartazes provocativos em relação à vizinhança, tudo arrumado, resta fazer hora para, na madrugada, instalar o boneco num lugar estratégico.

Caem todos na noite, via sacra nos botecos e, lá pelas 4 da manhã, parada no Bob’s da Avenida Brasil para uma recarregada nas baterias. Mas, o que fazer com o Judas? Lembram de um velho carro abandonado numa rua próxima e depositam o boneco no banco traseiro. Vários cheeseburgers e milk-shakes de ovomaltine depois, é preciso buscar o boneco. O escalado é o Tico Mico cujo carrega esse apelido por ser igual ao parceiro do Peter Potamus - magrinho, desengonçado e solícito.

Lá vai o Tico Mico, a galera fica fazendo zona no Bob’s, volta o Tico Mico correndo feito louco, abanando os braços e gritando: “Ele falou comigo! O Judas falou comigo!!!”.
Vão todos ao local e descobrem que, ao jogarem o boneco no carro, não repararam que havia um mendigo dormindo no banco traseiro. O Tico Mico chegou e puxou o pé do mendigo achando que era o boneco. O mendigo rosnou “Larga o meu pé!” e o Tico Mico entrou em pânico.

Resultado: a mais inesquecível e bem humorada malhação de Judas em Bonsucesso...

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