terça-feira, 26 de outubro de 2010

NO QUE PENSA A IMPRENSA?

Segundo o censo de 2007, o Brasil tem cerca de 185 milhões de habitantes.
Segundo informações um pouco mais recentes, nossos dez jornais de maior circulação somam, em média, 2 milhões e 100 mil exemplares por dia o que representa o espetacular percentual de 1,13% de habitantes que compram e/ou assinam jornais.

Desses dez jornais, quatro são considerados populares e apresentam manchetes do tipo:
Super - “Bancário é morto pelo namorado”
Extra - “Jovem arromba salão de beleza e é espancado por populares”
Meia Hora - “Traficante cornudo comandou chacina na Baixada”
Diário Gaúcho - “Guaíba: tráfico lidera ranking de mortes”

Cinco formam a chamada grande imprensa: Folha, Globo, Estadão, Zero Hora e Correio do Povo. O décimo é o Lance, jornal esportivo (entenda-se futebol).

Se somarmos os números da tal “grande imprensa”, chegaremos à média de 1 milhão e 100 mil exemplares diários que representam o incrível percentual de 0,6% da população. Tudo bem que esse número cresça uma vez que, com boa vontade, os jornais têm 3 ou 4 leitores por exemplar. Aí então, chegamos ao fabuloso percentual de 2,4% da população: mais ou menos 444.000 pessoas.

Pra que tanta conta? Só pra dar raiva. O Japão tem 128 milhões de habitantes e média de 70 milhões de exemplares de jornais vendidos diariamente para mais de 54% dos olhinhos puxados, mas arregalados.
Talvez se nossos barões da mídia impressa pensassem no que disse Max Frankel, ex-editor do New York Times, as coisas, por aqui, poderiam melhorar nem que fosse um pouquinho: “O jornalismo é uma arte narrativa que une o passado ao futuro, a causa à conseqüência; a função dos jornalistas é transformar a mera informação em conhecimento.”

Um comentário:

  1. Se contar os camaradas que ficam lendo as capas do jornais em frente às bancas, atrapalhando a passagem, esse número não melhora, não?

    Deve chegar a incríveis 3%... assustador!

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