sexta-feira, 2 de agosto de 2013

CURIOSIDADES RUBRO NEGRAS - 5




“Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco.
E, diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra
será uma bastilha inexpugnável.”

Nélson Rodrigues



David Nasser (compositor e jornalista, trabalhou n’O Cruzeiro, Manchete, Diários Associados e outros mais),
também torcedor do Fluminense, perpetrou a seguinte pérola:

ISTO É FLAMENGO
" ... Eu que sou Fluminense, vinha pensando no estranho fenômeno que é a doença rubro-negra. É algo que não se explica, cujas origens ninguém conhece, qualquer coisa parecida com religião, feitiçaria ou auto-hipnose coletiva.

Ser Flamengo não é o sentimento de amor clubístico, de paixão esportiva, de predileção pela camisa, pelas cores, pela história deste ou daquele clube.
É uma paixão como um rio, que tivesse nascido como fio d'água numa cordilheira e rolasse por um continente, crescendo, avolumando-se num monstruoso curso d'água - de paixões, de esperanças, de vibrações, de mágoas, de decepções.

Assim é o mistério do Flamengo. Sua torcida é a maior do Brasil embora seu quadro social seja dos menores entre os grandes.

E se o Flamengo perde, o torcedor humilde não enrola a bandeira, não rasga a carteira, só volta para casa, quase sempre um cortiço, uma favela, um subúrbio, guarda o pavilhão humilhado para a próxima vitória – que há de chegar, que às vezes chega, que ontem chegou.

E então é aquele festival de noite e de sangue no ar, sangue de alegria, noite de festa rubro-negra. Vá você explicar ema coisa destas! Vá dizer que o Flamengo é a alegria do pobre, que o Flamengo é o ópio do povo, que o Flamengo é isto ou aquilo, que é mistura de carnaval, Flamengo é macumba, Flamengo é cachaça, Flamengo é esperança, Flamengo é reza, samba, trem da Central, sinuca, caixa de fósforo, asfalto, Flamengo é pandeiro, bandeira alegre, bandeira triste, palavrão, superstição, decepção, bofetão, frangueiro é a mãe, rabo-de-arraia, capoeira, briga no barbeiro, tudo isto um Flamengo que, se um fluminense quiser explicar, acaba maluco e a família não sabe.”

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