terça-feira, 19 de março de 2013

CHORÃO, CHORINHO

Tenho a maior bronca de comentarista de vídeo tape. Explicando: pra mim, comentarista de vídeo tape é aquela figurinha que, quando vê o próximo diante de qualquer situação mais trabalhosa, se omite, se esconde e, depois, sempre tem a solução para o caso. Ou, pior, sempre vem com
“Pô, eu não sabia! Se eu soubesse poderia ter ajudado...”

Possuo uma vasta galeria de exemplos dessas execráveis figuras que representam, muito bem, diga-se de passagem, o tempo em que vivemos. Aliás, minto: não é o tempo em que vivemos.
Sempre foi assim.

Prova disso é meu avô paterno que exerceu o direito cujo, na minha opinião, é inerente a todo ser vivo e suicidou-se. Não o conheci.
Minha avó me contou que ele se foi por dívidas e que, no enterro, os amigos lamentavam. “Mas, porque ele não falou com a gente???”
Ou seja, naquela época os comentaristas de vídeo tape já pontificavam. E nem existia televisão.

Nunca escutei uma música sequer desse cidadão Chorão.
Que me lembre, assisti uma entrevista dele numa zapeada e achei o cara até legal.

Aí, vem a missa de sétimo dia onde toda a galerinha sempre ávida por aparecer - parentes, mulheres, primas, agregados, correm pra se emocionar com a “grande perda”. E tome de  “respeitem a nossa dor”, “era como um filho para mim”, “perdi um grande amigo, um irmão” e outras baboseiras no gênero.

Ora bolas! Segundo vários desses entrevistados, eles sabiam que o cara estava numa merda de fazer gosto, há tempos vinha dando todos os sinais de grande depressão, etc, etc.
Alguém se mexeu pra ajudar? Porra nenhuma.
Bando de carniceiros.

3 comentários:

  1. nossa, Tiago, muito bom! comentarista de vídeo tape é como engenheiro de obra feita: o mundo está cheio deles, mas ninguém sabe pra que servem.
    Ontem, afinal, postei no meu blog. Vc e o Ernesto Martins (um amigo meu) são os os únicos no mundo que reclamam das minhas ausências. Fico feliz de saber que vcs sintam falta das minhas maltraçadas linhas.

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    1. Sabemos sim, Denise, pra que eles servem: pra torrar o saco do próximo.

      Quanto às maltraçadas, como dizia aquele personagem do Jô, "Não se subestime, mulher!"
      Abs.

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  2. Chorãããããoooo.... ='((((((

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