Depois o Orkut. Depois o Facebook, Twitter, LinkedIn e sabe-se lá mais o quê.
Costumo olhar o "fêici", acho o "tuíter" um saco, recebo atualizações do "linquedín" e mais nada.
Mas, é o suficiente para sentar no troninho e arquitetar uma teoria cuja origem é fundamentada no pensamento da minha distante amiga Elaine Wermelinger. Ela afirma que aquelas pessoas que enviam centenas de e-mails de gosto duvidoso estão, simplesmente, querendo se fazer presentes na nossa vida.
Foda-se o conteúdo. Importante é você saber que “Eu estou na área, entende?”.
Contemplando o “fêici”, fico a me perguntar o que leva as pessoas a perpetrarem fotos de pratos de comida, frases no estilo “Vou dormir”, “Acabei de tomar banho”, “Que calor!” e outras impressionâncias.
Segue a teoria: já ouvi profundas análises de muita gente (que sempre se coloca como à parte dessas atividades, é claro) afirmando, com surpreendente conhecimento de causa, que existem diversos perfis nas redes sociais. Existe o “observador”, existe o “atuante”, existe o “exibicionista” e muuitos mais.
Pra mim, só existe um perfil: o que mostra o que ele NÃO é, mas, acha que é assim que todo mundo gostaria que ele fosse.
(Boa essa, hein? Cinco "ques" em uma frase só!)
Aí, tome de amor, indignação, compartilhamentos, etc, etc.
As indignações, quando a gente conhece o indignado, são, no mínimo, assustadoras.
Peralá! Como esse cidadão está indignado com isso se, ontem no boteco, ele defendia o contrário???
Certamente deve ser por isso que as iniciativas geradas por tantas indignações não chegam a lugar nenhum...
Então, pra finalizar, minha opinião é que as redes sociais são o retrato da sociedade dos dias de hoje. Ou seja, cada vez mais as pessoas se escondem, se disfarçam, assumem personalidades “sociais” e se transformam em seres desprovidos de raciocínio individual e capacidade de trocar ideias.
Em quê isso vai dar?
(Cartas para a redação.)
Sinal dos tempos Grande Tiago!!!Quem deve estar se revirando no túmulo é o René,não o EL TORO,rsrs,mas o Descartes,cuja atualização de sua histórica frase,seria:"Estou no "fêici",logo existo"
ResponderExcluirProcede, anônimo.
ResponderExcluirE ainda tem o Papa no tuíter.
Conforme uma ótima charge que circulou, ele está usando a tecnologia do século 21 para difundir suas ideias do século 12...
O meu estudo sociológico, propiciado pelos meus dez meses de "fêici", leva-me ao endosso de tudo o que você falou, e não me furto da idéia de ser comum à casta. Falta essência no formato, com certeza, assim como o contraditório. Já percebi que não será de lá que trarei algum incremento para a minha vida. É um teatro onde sobram candidatos a protagonistas, numa tribo com muito sentimento de cacique e pouco sentimento de índio, e reconheço os mesmos vícios em mim. Esparramo likes em quase todos os posts buscando me fazer presente. Felizmente, só tenho uma amiga que avisa quando vai tomar banho. embora a maioria me premie com textos de auto-ajuda. Mas, fazer o quê, caro Tiago? Dançar a música tocada em descompasso? Meu Outlook está às moscas: está todo mundo lá, inclusive o que supunha o meu sentido de qualidade. Descubro os meus amigos menores do que supunha, e devo concluir a minha similaridade. É triste! Mas, consola-me saber que ainda existem coisas piores: ser "fêici" e, ao mesmo tempo, vascaino e palmeirense, por exemplo.
ResponderExcluirVitor Lemos
Vascaíno e/ou Palmeirense é muito sadismo!
ExcluirTenho uma teoria muito particular que os chats e troca de mensagens, na verdade, são a realidade da "telepatia". Lembro de filmes na minha infância, portanto do século passado, que mostravam que para ler pensamentos alheios era preciso instalar engenhocas nas cabeças das pessoas. O mais curioso é que, quando se "lia" a mente alheia nessas ficções, conseguia-se saber as VERDADEIRAS intenções daquele que tinha a mente vasculhada. Hoje tenho convicção que se tivéssemos qualquer poder telepático o máximo que conseguiríamos ler era o que lemos nas caixas de mensagens, ou seja, apenas aquilo que as pessoas "pensam" e não o que elas são. Ou somos o que pensamos e parecemos o que fazemos?
ResponderExcluirBoa, Bira.
ExcluirE a "engenhoca" que instalaram nas cabeças ainda precisa de ajustes, né?
Porque as cabeças... Essas não tem jeito mesmo!
(Como comprova o sucesso de "psis", autoajuda, etc)
Abs.
Tem razão, Tiago, é a velha história do tenha cuidado com o que desejas...
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