Olimpíadas?
Arrã...
Sabadão,
fim de tarde, assistindo Flamengo X CAP, torcendo, rindo, xingando jogadores,
juízes e os "analistas" de sempre, UUUHHH!!!, AAAHHH!!! e todas as
outras reações comuns à tão importante evento.
Segue
o jogo e, do nada, começo a imaginar se as pessoas próximas ou em outra
dimensão, pudessem me ver tendo essas bizarras reações.
(Para evitar prováveis
críticas, vou me dedicar aos que já se mandaram.)
• Pra
começar, meu pai. Que me proporcionou, aos seis anos de idade, a maior emoção da
minha vida ao me levar ao Maracanã, numa noite de quarta-feira. Chique que ele
era, fomos para a tribuna de honra, subindo de elevador.
Ele me posicionou à
sua frente, com a cara grudada na porta. Quando ela se abriu,
luzes, bandeiras e o "ááááárrrrhhhh"
da torcida. Travei total e ele me carregou por uns bons passos.
O
Flamengo perdeu para o, na época, quase imbatível Botafogo de Garrincha, Didi
et caterva, mas serviu para que eu aprendesse uma lição fundamental:
-Pai,
quem é o Didi? (Era difícil ver o número
dos jogadores no uniforme do Botafogo)
-Meu
filho, não sendo vermelho e preto, o resto é inimigo!
(E eu não consegui
identificar o Didi cujo não precisou fazer grandes coisas. Pra variar o
Garrincha, sozinho, acabou com o jogo.)
Caso
ele, hoje, estivesse vendo o jogo comigo estaria, certamente, tendo reações mais
iradas do que as minhas.
• Depois,
meu avô materno, fundador do glorioso América-MG, cujo era botafoguense, mas
nunca se chateava com as conquistas rubro negras pela singela razão de que isso
fazia o genro, de quem era fã (acredite
se quiser), feliz.
Caso ele, hoje, estivesse vendo o jogo comigo estaria, certamente, me sacaneando a
cada gol perdido.
• Depois,
meu avô paterno que nunca conheci mas, com toda certeza, seria vascaíno dada
sua ascendência da 'terrinha'.
Caso
ele, hoje, estivesse vendo o jogo comigo estaria tendo reações que não consigo - e nem
quero - imaginar.
Acaba
o primeiro tempo, OXO.
Cerveja,
cigarrinho, limpeza da mente.
Aos
15 do segundo tempo, golaço de letra do Mancuello.
Somos líderes!
A
felicidade é completa e me faz voltar à realidade.
Num
rasgo de empolgação ligo para um distante amigo de infância (rubro negro, é claro) para comentar o
que, tenho certeza, ele também está vendo.
A
conversa degenera, falamos sobre a vida em geral, acaba o jogo, "Somos
Líderes!" (pelo menos até amanhã)
e vida que segue.
Vou
dormir bem. Tive pensamentos deliciosamente doidões, conversei com um grande
amigo e o Flamengo está nas cabeças!
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