sábado, 6 de agosto de 2016

DORMINDO BEM


Olimpíadas? Arrã...

Sabadão, fim de tarde, assistindo Flamengo X CAP, torcendo, rindo, xingando jogadores, juízes e os "analistas" de sempre, UUUHHH!!!, AAAHHH!!! e todas as outras reações comuns à tão importante evento.

Segue o jogo e, do nada, começo a imaginar se as pessoas próximas ou em outra dimensão, pudessem me ver tendo essas bizarras reações.
(Para evitar prováveis críticas, vou me dedicar aos que já se mandaram.)

• Pra começar, meu pai. Que me proporcionou, aos seis anos de idade, a maior emoção da minha vida ao me levar ao Maracanã, numa noite de quarta-feira. Chique que ele era, fomos para a tribuna de honra, subindo de elevador.
Ele me posicionou à sua frente, com a cara grudada na porta. Quando ela se abriu, luzes, bandeiras e o "ááááárrrrhhhh" da torcida. Travei total e ele me carregou por uns bons passos.
O Flamengo perdeu para o, na época, quase imbatível Botafogo de Garrincha, Didi et caterva, mas serviu para que eu aprendesse uma lição fundamental:
-Pai, quem é o Didi? (Era difícil ver o número dos jogadores no uniforme do Botafogo)
-Meu filho, não sendo vermelho e preto, o resto é inimigo!
(E eu não consegui identificar o Didi cujo não precisou fazer grandes coisas. Pra variar o Garrincha, sozinho, acabou com o jogo.)

Caso ele, hoje, estivesse vendo o jogo comigo estaria, certamente, tendo reações mais iradas do que as minhas.

• Depois, meu avô materno, fundador do glorioso América-MG, cujo era botafoguense, mas nunca se chateava com as conquistas rubro negras pela singela razão de que isso fazia o genro, de quem era fã (acredite se quiser), feliz.

Caso ele, hoje, estivesse vendo o jogo comigo estaria, certamente, me sacaneando a cada gol perdido.

• Depois, meu avô paterno que nunca conheci mas, com toda certeza, seria vascaíno dada sua ascendência da 'terrinha'.

Caso ele, hoje, estivesse vendo o jogo comigo estaria tendo reações que não consigo - e nem quero - imaginar.

Acaba o primeiro tempo, OXO.
Cerveja, cigarrinho, limpeza da mente.

Aos 15 do segundo tempo, golaço de letra do Mancuello.
Somos líderes!
A felicidade é completa e me faz voltar à realidade.
Num rasgo de empolgação ligo para um distante amigo de infância (rubro negro, é claro) para comentar o que, tenho certeza, ele também está vendo.
A conversa degenera, falamos sobre a vida em geral, acaba o jogo, "Somos Líderes!" (pelo menos até amanhã) e vida que segue.

Vou dormir bem. Tive pensamentos deliciosamente doidões, conversei com um grande amigo e o Flamengo está nas cabeças!

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