sábado, 16 de novembro de 2013

CONVITE PARA 2020


Uma amiga que lida com planejamento estratégico se vê diante de uma chaturinha normal da profissão: "avaliar se o negócio do cliente (epa!) é viável para o nosso futuro próximo ou se será preciso repensar o direcionamento atual e recriar o negócio de acordo com a expectativa de futuro."

Estratégica que é, ela convida amigos e familiares para uma agradável tertúlia, regada a vinho, cerveja e comidinhas, onde todos iremos contribuir, com nossas porções nostradamus, para tão edificante tarefa.

Minha primeira dúvida reside no fato de - do jeito que o tempo está andando - 2020 já ser quase depois de amanhã.
Por outro lado, fico pensando que se essa conversa acontecesse em 1883 e alguém afirmasse que “Daqui a seis anos seremos uma república!” essa pessoa seria levada a sério?

Mas, vamos lá.
Acho que em 2020 teremos o grafeno como grande novidade tecnológica incorporada ao nosso dia a dia. Afinal, trata-se de
um material tão ou mais revolucionário do que o plástico, extremamente forte, leve, flexível, ótimo condutor de eletricidade e quase totalmente transparente.

Torço também para que, com a corja política degringolando de vez,
em 2020 os (argh) jovens estejam num patamar mais digno do que os confortáveis quinze minutos de indignação do rebanho feicibuquiano, usando mais a cabeça do que os polegares e tentando entender melhor o que acontece ao seu redor em vez de ficarem publicando fotos de pratos de comida e dizendo “ti amuuu” para tudo e todos.

Ou, o que me parece mais provável, a geração “nem, nem” (nem estudo, nem trabalho) estará em franca expansão. Expansão esta gerada pela cultura atual que privilegia a grana em detrimento de valores caretas como educação, princípios, substância etc, e faz com que os pais entupam os filhos de áifones, áipédis e tantos outros "áis" que eles queiram, desde que não encham o saco.

Fica então aqui registrada minha singela contribuição, uma vez que não poderei estar presente em tão futurístico evento.
É que a reunião vai acontecer no dia do primeiro jogo do Flamengo pelas finais da Copa do Brasil.
E aí, não tem “reflequissão profunda” que me acometa...

2 comentários:

  1. Comento sobre um ponto do seu texto, Tiago: por que é que a gente anda tão focalizado em comida (como nas fotos do Facebook, por exemplo)? Fica o meu não entendimento...

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    1. É que quando chega o prato, as pessoas vão ter que largar a coleira eletrônica e, num último gesto desesperado - já que ainda não conseguem comer e batucar - fotografam a comida.
      Aguardemos, em breve, a postagem de áudios (ou pior, vídeos) dos alegres arrotos pós-alimentação.

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