domingo, 3 de abril de 2011

DOR NOVA

Domingão, indo pra casa num horário civilizado (meio-dia), passo por uma esforçada equipe de trabalhadores desmontando uma estrutura no meio da rua. O atento taxista me explica que foi uma corrida que aconteceu de manhã, patrocinada por um shopping politicamente correto. Coisa à toa, cinco quilômetros.

Sem disfarçar o pânico, comento que eu também gosto muito de correr. Dos exercícios em geral, bem entendido.
Ele me olha de esguelha com uma expressão de pena, acho eu.

Que se dane. Não gosto mesmo e foda-se. Não adianta fazer discursos, caras e bocas que eu num tô nem aí.

O cidadão argumenta que faz bem, que a gente se sente melhor logo logo, que aumenta a capacidade de resfsdjfbsghsr...
Já parei de prestar atenção há um bom tempo.

Chegando, dou uma gorjeta legal e agradeço pela consulta médica “de grátis”. Ele ri e tenta prosseguir a doutrinação dizendo que não é isso, que strghjdfdll... Abandono o veículo quase correndo e encontro refúgio na padaria onde vou me livrar desse pentelho e comprar cerveja.

Saindo distraído do elevador, dobro à esquerda, escorrego, mas cheio de graça, beleza e contorcionismo evito a queda que iria acabar com meu fim de semana. Entro em casa, vou abrir a porta da varanda e tchan! Dor nas costas. Putz! Mau jeito! Alonga, estica e não adianta nada.

Motorista excomungado! Só pode ter sido praga!
Alonga, estica, espreguiça, banho quente, desisto. Pelo visto vou ter que conviver com mais uma dor. Novinha em folha. Ficar velho é uma merda.

Resta ainda uma tentativa: um milagroso comprimido – relaxante muscular. Três horas se passam e com elas a dor.
Vou pra varanda e mando bananas pros saudáveis em geral.

7 comentários:

  1. Crônica genial, Tiago! Como trabalho num clube, vira e mexe, topo com uma criatura saudável, que tenta me convencer dos resfsdjfbsghsr e strghjdfdll da corrida. Em tom "caymmiano" eu argumento: "correr de que?", "correr pra onde?"... Eu quero é sossego!

    Grande abraço!

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  2. Imagino o seu sofrimento! (eh, eh, eh!)

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  3. Assim você vai acabar engordando, meu filho

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  4. Ô Paulinho, se fosse, já era preu estar pesando uns 150 quilos e estou, bravamente, mantendo os 80 e poucos.
    Deve ser cigarro, cerveja e outras cositas más...

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  5. Porisso, que digo sempre: cada um sabe de si. Admiro quem pratica esportes, de uma maneira geral e, admiro, também, quem não os pratica. Essa de aconselhar ... .Véio, pela última vez que tive o prazer de ver-te (meu niver) achei Vossa Excelência muito bem. Continue a pegar táxis, mas tampe os ouvidos para não ouvir baboseiras; ande pelos corredores afora devagar, pois que na nossa idade temos que prestar mais atenção por onde pisamos; relaxante muscular nem sempre resolve. Be careful. DuduGouvêa

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  6. É por aí... Não dá pra tapar os ouvidos mas, cara de paisagem e pensamento longe!
    Abs.

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