sexta-feira, 18 de novembro de 2016

É DURA A VIDA DE ARTISTA...


O cidadão se esforça, vara noites fazendo fotos, batalhando no tratamento, ângulos, enquadramentos, 'golden ratios' e o escambau.

Apronta uma série instigante e aí coloca pra galera apreciar no fêici e no istragão. Em dose diária-homeopática.

Com a honrosa exceção de um amigo que ficou curioso e alguns dermatologistas, indiferença total.
Então tá.

Aproveito a tal da superlua, boto lá umas gaivotinhas mal desenhadas com fundo romântico da lua com nuvens e...
"Oh!", "Amei!", "clapclapclap" e outras carinhas que, pelo pouco que consigo decifrar, me parecem de aprovação.

Fico feliz, minha autoestima é prontamente restaurada mas,
com todo respeito, me faz lembrar do Chacrinha:
"Vocês querem bacalhaaau?!"

Agora sem sacanagem: gosto é gosto e fim de papo.
O que me espanta é o nosso comportamento cada vez mais instantâneo. E digo isso por mim mesmo.
Basta um pentelhésimo de segundo para que eu rejeite ou acolha alguma coisa que me é dada a ver sem sequer pensar em tudo o que envolveu aquilo que me é apresentado.

Velozes tempos vivemos. Mas será que velocidade basta?

5 comentários:

  1. Velocidade, desse jeito que está tomando conta de nossas vidas, é um lixo.

    P.S.: Ainda estou vivo... Abraço

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  2. Caro Tiago, há vinte e um anos montei tocaia na praia de Aruba, próximo a alguns pelicanos que boiavam naquele mar tranquilo, esperando uma oportunidade para filmar o seu voo. O tempo foi passando, foi fonu, foi fonu, foi fonu (pelo menos, uma hora), e, de repente, ouço a minha mulher me chamando aos berros, com o dedinho giratório ao lado da cabeça, dando-me a entender que eu não estaria muito bom da cabeça. Fiz um breve sinal de espera com as mãos, e eis que, naquele mesmo instante, ele levanta voo a partir do mar, dá algumas voltas observando as águas límpidas, e desce de uma altura de uns cem metros, inicialmente com as asas abertas (envergadura de dois metros), e depois as fechando assumindo a forma de um avião Mirage, e, catibum! Penetra na água a uma velocidade fantástica, com angulo perfeito, e pouco depois emerge com o seu peixe na boca. Fiquei mudo de emoção por um bom tempo. Poderia ver esta cena num filme da National Geografic, e não sei qual seria o impacto em mim, mas o fruto daquele árduo trabalho era meu. Eu realizei, e o sentido desta minha realização poucos poderiam entender. Obviamente, na edição do filme, adotei o recurso de uma câmera super lenta, com trilha sonora adequada, com encerramento apoteótico, e o resultado foi extraordinário. É uma das coisas que mais tenho orgulho de ter filmado na minha vida. Vale a audição da minha música escolhida: "Chrispian St Peters: Your love has gone". Coisa maravilhosa do final da década de sessenta.
    Vitor Lemos

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  3. Grande Tiago, o vídeo inclui outras cenas da nossa viagem, sendo muito longo. É improvável conseguir encaminhá-lo. Mas, não desista da arte, mesmo para consumo próprio.
    Vitor Lemos

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