terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

NOTAS CARNAVALESCAS


Tem umas (muitas) coisas que eu não entendo: por exemplo, se sua praia é vôlei, pra quê você vai se meter a montar um time de futebol e, ainda por cima, querer jogar contra o Barcelona?

É mais ou menos o que acontece com o patético carnaval paulista.
Pra começar, o sambódromo deles tem 530 metros contra 700 do Rio. O desfile deles dura 65 minutos contra os 82 do Rio.
A bateria deles... deixa pra lá.
As porta-bandeiras deles atendem por Hemily, Evelyn, Lyssandra enquanto as do Rio respondem com Lúcia Nobre, Gleice Simpatia, Ana Paula. As fantasias deles têm espetinhos de plástico a dar com pau. E paro por aqui porque seguir nessas comparações pode ficar parecendo (?!) implicância.

A Globo, como sempre, faz a gente ter pena dos “apresentadores”, raiva dos comentaristas e ódio profundo do diretor de imagem que nunca acerta nada.

Pérolas das transmissões:
São Paulo, Cleber Machado e Mariana Godoy tentam manter a sanidade em horas e horas de leitura de press-kits que devem ter umas quatrocentas páginas de informações idiotas sobre cada escola.
Lá pelas tantas entra um videozinho imbecil de alguém que está nos confins do planeta assistindo e morreeendo de saudades do Brasil varonil. O menino fala que está em Dakota – USA e o irmão também está conectado de Toronto – Canadá.
Entra o Cleber: “O que é a modernidade! Ele está em Dakota
e o irmão no litoral do Paraná!!”
Ao que a Mariana, suavemente, retruca: “É Toronto no Canadá...
Silêncio, só se ouve o samba horrível e a bateria marchando.

Rio, Luis Roberto e Glenda Koslowski cuja confunde empolgação com gritaria. Devia ganhar um prêmio de resistência por passar horas e horas gritando (e errando) leituras dos famigerados press-kits.
A bateria do Salgueiro é comandada por Mestre Marcão.
O Luis Roberto entra no ar pra contar que o filho dele (Marcão) está pra nascer a qualquer momento, que ele pode receber a notícia durante o desfile, que é muita emoção, etc, etc. Corta, aparece a mulher do Marcão na avenida. Barriguda, sambando e sendo entrevistada por um intrépido repórter. Silêncio, só se ouve o ótimo samba e a espetacular bateria do Mestre Marcão.
Definitivamente o diretor global não deve andar numa boa com apresentadores esportivos/carnavalescos...

Mas, falando do que vale mesmo, a apuração desse ano vai ser de lascar! Minha aposta é Mangueira, Tijuca e Mocidade – nessa ordem.
(O que a bateria da Mangueira aprontou não tem descrição.)

2 comentários:

  1. Claro que parece implicância. Parece porque é implicância.
    É óbvio que os desfiles de carnaval do Rio são melhores, mas daí achar que tudo é melhor fica parecendo complexo de inferioridade.
    Os desfiles são muito demorados. 82 minutos? Um exagero.
    Se fosse o contrário, 65 minutos no Rio, 82 em São Paulo, acho que você conseguiria ver isso.

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  2. Obá!
    Um anônimo defendendo "aquilo"...

    Prezado anônimo, exagero são os torturantes 65 minutos paulistas.

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