Segundo uma velha raposa felpuda da propaganda mineira, Belo Horizonte deveria fazer campanha nacional com o conceito “Se você não gosta de carnaval, venha pra BH!”.
Mas, não. BH resolveu inserir-se na folia momesca e hoje estou vivendo o imenso desprazer de estar no trajeto de um abominável bloco que faz parte do extenso calendário carnavalesco das alterosas.
O som é um festival de chiados, a bateria pra ficar ruim tem que melhorar muito, e o principal: durante muitos anos eles tocavam marchinhas achando que fosse samba. Aí, depois de estafantes pesquisas, os mentores do samba mineiro devem ter chegado à brilhante conclusão que a batida do tal do samba era um pouco mais rápida.
Ah, Margarida, pra quê? Passaram do 33 RPM para 78 quando o certo seria 45... (Essa é pra quem conhece vitrola. - Manja vitrola? -)
O resultado é uma embolação que acaba lembrando frevo. (Que não deveria ser classificado como um ritmo e sim como uma tortura digna do DOPS. - Putz! A veiêra tá demais, né não? -)
E o concurso de marchinhas!?!?
Prefeito, presidente da câmara municipal e outros mais são personagens de diversas musiquinhas de gosto pra lá de duvidoso. Coisas de fazenda iluminada.
O grande barato é apostar em quem encomendou para quem.
É a antítese daquele lance das praças do interior quando “Alguém oferece essa música para alguém que sabe quem...”
Enfim, mais uma vez, justifica-se o blog.
Atualização – 15:25
Desci pra comprar cigarro.
Milhares de quase trinta pessoas, cochilam animadíssimas nas calçadas ao redor do “broco” que se resume em dois taróis, um repinique, uma caixa e nenhum bumbo. Quatro (!) jovens subnutridas fazem o papel de passistas.
Uma criatura balzaca ostenta uma fantasia de noiva e requebra pateticamente. O som é insuportável. O jornaleiro ameaça suicídio.
O (des)animador ameaça puxar o samba enredo da valorosa Unidos de Sei Lá o Que. Chego são (?) e salvo, fecho as janelas e rezo por justiça divina.