sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

DEGUSTANDO A DOMÉSTICA

Wilsinho e Vitinho, desde crianças, eram amigos complementares. Ou seja, Wilsinho era esperto, atirado e Vitinho, tímido, se deliciava com as façanhas do amigo.

Quando Wilsinho estava ali pelos 14 anos, a mãe dele contratou a Zenaide para as nobres funções da cozinha, limpeza, etc. Ocorre que a Zenaide era um monumento e o menino foi à loucura. A mãe do Wilsinho, num deslize muito comum às mães em geral, se recusava a ver que o filho já não era nenhum bebê.

-Vitinho, peguei um lance da Zenaide no tanque. Ela abaixou pra pegar uma roupa, rapaz, que coxas! E calcinha preta!
-Hmmm...

O pai do Wilsinho trabalhava muito, a mãe estava ocupada com a filha mais nova, a Zenaide ficava pra lá e pra cá e o Wilsinho não saía do banheiro.

Durante o recreio, atualizava o amigo:
-Dei um jeito de cruzar com ela no corredor. Uma esfregadinha mais assim, ela riu. É safada. Não tem erro. Vou comer, Vitinho!
-Hmmm... Mas, onde?
-Sei lá. Vou dar um jeito.

A Zenaide, além de ser um monumento, não valia a bóia que gastava. Era safada mesmo, fogosa e, vendo que o pai do Wilsinho tinha mais o que fazer, depois da esfregada no corredor resolveu investir no garoto. Afinal tinha tempo livre e as saídas do fim de semana eram pouco pra ela.

O pátio da escola estava pequeno pra ele. Peito estufado, triunfo estampado no rosto, sorrisinho maroto. Vitinho, quando viu o amigo chegando, não teve dúvidas:
-E aí, comeu?
-Comi! (Wilsinho não era dado a rodeios)
-Hmmm... Conta, como é que foi?
-Ontem de tarde mamãe levou a Carol pra tomar vacina e eu vacinei a Zenaide!
-Hmmm... Onde, onde?
-No quarto dela. Ela estava no tanque, pensei “é agora ou nunca”, cheguei por trás e tasquei um beijo na nuca. Ela já virou me arrastando pro quartinho. Bom demais...!
-Hmmm... Que mais, que mais?
-Nada. Tinha que ser rapidinho, né? Só não gostei da camisinha. Apertada...

Passou o tempo e o Wilsinho, além do melhor bife, degustava regularmente as carnes da Zenaide. Até que um dia, na falta de melhor assunto, o Vitinho perguntou:
-E aí, continua traçando a Zenaide?
-Parei.
-Ué, por que?
-Ela era gostosa, coisa e tal, mas eu não agüentava mais aquele arzinho dela.
-Como assim?
-Ah, sabe, aqueles olhares de “nós e o nosso segredinho, hein?”. Aí armei uma arapuca, a mamãe caiu e mandou ela embora.
-Você é doido!
-Que nada. Já tô de olho na ‘do Carmo, conhece? Lá do vizinho...

Definitivamente o Wilsinho já estava crescidinho...

11 comentários:

  1. Pois é, né? Em vez de a safada ir se engraçar com o encanador, não...
    São todas iguais: secretárias, empregadas domésticas, enfermeiras, professoras substitutas... no meu tempo chamavamos as substitutas de professoras pros... deixa pra lá...
    Bom, se bem que é aquela velha história: não julgueis para não ser julgados. De repente ela achou que o cacife do menino era pequeno, desdenhou e ele com raiva fez toda a história oficial.
    Reles e tradicionais questões hierárquicas...

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  2. Aliás, haja, desculpe o entrometimento, mas o poste ficaria mais artítisco, em minha opinião, se o título fosse degustação doméstica.
    Acha não?!

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  3. Realmente...são todas iguais: secretárias, empregadas domésticas, enfermeiras, professoras substitutas, italianas..

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  4. Deve ser alguma colega de trabalho que ainda não conseguiu seu lugar ao sol, Haja. Dexa a bechinha...

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  5. Povo chato.
    Ainda bem que eram todas iguais...

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  6. Chato mesmo, Paulinho.
    Se o(a) anônimo(a) assinasse, pelo menos poderíamos ter uma "catfight".
    Abs,
    T.

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  7. Pensei que havia assinado!

    Hajaa!! Vai gostar de por lenha na fogueira!!
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  8. Lanchinho em casa é mais velho que andar pra frente....rs
    E a história se repete há séculos.

    Bjs

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