Gosto de futebol.
Muito.
Entre as poucas
vantagens de ser velho, tive a alegria de ver - ao vivo - no
Maracanã, no Mineirão, na Gávea, em General Severiano entre outros, jogadores
como Pelé, Zico, Garrincha, Tostão, Dirceu Lopes, Silva (o Batuta) e tantos
outros que faziam do futebol uma arte bem diferente das "máquinas"
que vemos hoje.
E, entre as
desvantagens de ser velho, tive também a tristeza de perder amigos e conhecidos
durante a ditadura militar que tantos hoje querem ver de volta disfarçada nos
bolsonaros de ocasião.
Entretanto, o que mais
me chama a atenção neste ano que se vai é a constatação da falência das
conversas.
Nas poucas vezes em
que participo das ditas convivências sociais o que vejo são conversinhas frouxas
que ocorrem quando as criaturas estão dando um tempo em seus celulares.
Conversinhas frouxas
porque, "civilizadas" que são, as criaturas evitam, a todo custo,
enveredar por qualquer assunto controverso.
É mais negócio
destilar seus ódios nos fêicibúquis da vida onde não terão que, olho no
olho, debater suas ideias e escutar, com um mínimo de atenção, os argumentos
contrários.
Pra piorar as coisas,
os próximos tempos se apresentam com a certeza do agravamento dessa situação.
Então, vida que segue.
Vamos em frente acabando com a conversa e substituindo a língua portuguesa por
emojis ridículos.
Bleargh!