quinta-feira, 31 de março de 2011

RITUAIS

Diga lá, atento leitor: por que o ser humano precisa tanto de rituais?

Qualquer jogo de futebol, vôlei, basquete ou bola de gude, envolve um monte de rituais que vão desde a entrada no campo até o final: saudação à torcida, hinos, entrevistas repetitivas, etc, etc.

Qualquer reunião daqueles lá - os que fingem que trabalham para o “povo” - envolve a mesma ou maior quantidade de rapapés e tudo mais.

Em todo e qualquer agrupamento humano parece haver uma série de códigos e comportamentos obrigatórios cujos devem, sempre, ser realizados.

Seja em reunião de condomínio, de família ou de trabalho, seja em pretensamente agradáveis e inocentes encontros para tomar chopp e jogar conversa fora, é preciso um extremo cuidado. Principalmente nesse último item porque aí é que mora um dos supra-sumos da hipocrisia: ninguém "joga conversa fora". Tudo o que você disser deve ser, sempre, cuidadosamente pensado e repensado.

É preciso paciência e atenção porque se você infringir as regras será cruelmente tratado e devidamente afastado do convívio.
Então, vamos continuar saudando as pessoas com as mesmas palavras, vamos continuar conversando e, principalmente, concordando sobre os mesmos temas, vamos continuar agindo como miquinhos amestrados e seremos eternamente felizes e integrados.

A exceção que confirma a regra é quando pessoas amigas, envolvidas no tal do convívio social, estão cagando e andando pra essas bobagens.
Mas isso é raro. Muito raro.

quarta-feira, 30 de março de 2011

SANTA BOQUINHA, BATMAN!

Partidos políticos são (ou deveriam ser) a representação de ideias e preferências de parcelas da sociedade. São (ou deveriam ser) decorrência de movimentos de lideranças e grupos sociais. Ou seja, deveriam nascer de baixo para cima.

Partidos artificiais têm sua trajetória mais ou menos traçada: o PRN do Collor, o PSP do Jânio, só pra ficar nos mais característicos, são exemplos claros de agremiações que serviram somente a projetos e interesses pessoais.

Agora vem mais um – o PSD cujo, na definição do fundador, não será nem de direita, nem de esquerda e nem de centro. Ora bolas, se é assim, devia ter ficado com a sigla original: PDB – Partido Da Boquinha.

Em tempo.
Seguindo o costume de incensar os que se vão, a mídia já canonizou o Zé de Alencar que, entre outras façanhas, se elegeu senador em 1998 gastando mais do dobro do que gastou Itamar pra se eleger governador. Que era do PMDB, depois PL e depois PRB. E que deixou uma suposta filha sem resposta. Ou pior: declarando que a suposta mãe da criatura era uma puta.

Brasil-sil-sil!

terça-feira, 29 de março de 2011

FRASE

Nada como uma (deliciosa) viagenzinha de fim de semana. Bom também é chegar e constatar que você não tem telefone, televisão e internet. Melhor ainda é aguardar apenas 28 horas para ter seu problema solucionado.

Mas, quem não tem reclamação das Nets e Skys da vida?
(Cartas para a redação.)

Lógico que três dias fora do ar se traduzem numa quantidade assustadora de e-mails. De todos, valeu Elaine!

"Com uma mulher na presidência, o Brasil pode melhorar ou piorar. Estacionar é que não vai conseguir!"

sexta-feira, 25 de março de 2011

MAS PRECISA DE LEI?

O STF adiou (ou derrubou?) a Lei da Ficha Limpa por causa do artigo 16 da Constituição que reza: A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 1 (um) ano da data de sua vigência.
Assim, notórios meliantes, muito votados, assumirão normalmente seus cargos.

Sobre isso, brilhante como sempre, o Sandro Vaia hoje no Noblat:
“Existe na nossa narrativa política e no imaginário do eleitor brasileiro, a indefinível e confortável figura do 'eles'- aqueles seres melífluos, estranhos, misteriosos e sem identificação em quem podemos jogar as responsabilidades que nós mesmos não temos coragem de assumir. Se o Congresso é um lixo, não é culpa de quem o elegeu, mas é culpa 'deles' - o ente misterioso que conspira contra nosso edifício ético e moral.”

E ainda vem o Itamar propondo a desobrigação do voto. É isso aí, topetudo! Nós somos um exemplo de país culto e democrático.
Sem a obrigação do voto, vamos todos para a praia e deixamos pra “eles” a chatura de votar nessa corja.
Depois, quando dá merda, a gente reclama e passa e repassa e-mails indignadíssimos mas, perder a prainha, nem pensar...

quinta-feira, 24 de março de 2011

DESCOBRI A FONTE!

Sabe de onde os carnavalescos tiram as tão originais idéias?
É de lá mesmo, da matriz.
Duvida?
Então assiste a essa cena da entrada de Cleópatra em Roma.
O filme é de 1963 e tá tudo aí: mulheres peladas sambando, efeitos especiais, alas coreografadas, alegorias, adereços, carros alegóricos, mais mulheres peladas sambando e tudo o mais que se tem direito nesse desfile que tem, inclusive, a chegada triunfal na hollywoodiana praça romana da apoteose. E, no último take, a cativante piscadinha da Liz Taylor para o Rex Harrison.
Daí, talvez, a recorrente obsessão deles, os carnavalescos, pelo Egito.

Em tempo: Claro que essa fabulosa descoberta se deveu ao passamento da Elizabeth Taylor. Muito linda mas, como atriz, nunca achei esse futebol todo não.

quarta-feira, 23 de março de 2011

PEIDAR PODE.

Isso aqui está ficando tal e qual um "law & order" caboclo mas, nossa admirável justiça comprova que mais uma vez o Brasil dá exemplo ao mundo civilizado.

Então, como podemos ver a seguir, está formada a jurisprudência: o peido, sendo não deliberado, está liberado.


Poder Judiciário Federal Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região

ACÓRDÃO Nº: 20071112060 Nº de Pauta:385
PROCESSO TRT/SP Nº: 01290200524202009
RECURSO ORDINÁRIO - 02 VT de Cotia
RECORRENTE: Coorpu's Com Serv de Produtos Para Estet
RECORRIDO: Marcia da Silva Conceição
EMENTA
PENA DISCIPLINAR. FLATULÊNCIA NO LOCAL DE TRABALHO.
Por princípio, a Justiça não deve ocupar-se de miuçalhas (de minimis non curat pretor). Na vida contratual, todavia, pequenas faltas podem acumular-se como precedentes curriculares negativos, pavimentando o caminho para a justa causa, como ocorreu in casu.
Daí porque, a atenção dispensada à inusitada advertência que precedeu a dispensa da reclamante.

Impossível validar a aplicação de punição por flatulência no local de trabalho, vez que se trata de reação orgânica natural à ingestão de alimentos e ar, os quais, combinados com outros elementos presentes no corpo humano, resultam em gases que se acumulam no tubo digestivo, que o organismo necessita expelir, via oral ou anal.
Abusiva a presunção patronal de que tal ocorrência configura conduta social a ser reprimida, por atentatória à disciplina contratual e aos bons costumes. Agride a razoabilidade a pretensão de submeter o organismo humano ao jus variandi, punindo indiscretas manifestações da flora intestinal sobre as quais empregado e empregador não têm pleno domínio. Estrepitosos ou sutis, os flatos nem sempre são indulgentes com as nossas pobres convenções sociais.

Disparos históricos têm esfumaçado as mais ilustres biografias. Verdade ou engenho literário, em "O Xangô de Baker Street" Jô Soares relata comprometedora ventosidade de D. Pedro II, prontamente assumida por Rodrigo Modesto Tavares, que por seu heroísmo veio a ser regalado pelo monarca com o pomposo título de Visconde de Ibituaçu (vento grande em tupi-guarani).

Apesar de as regras de boas maneiras e elevado convívio social pedirem um maior controle desses fogos interiores, sua propulsão só pode ser debitada aos responsáveis quando deliberadamente provocada.
A imposição dolosa, aos circunstantes, dos ardores da flora intestinal, pode configurar, no limite, incontinência de conduta, passível de punição pelo empregador. Já a eliminação involutária, conquanto possa gerar constrangimentos e, até mesmo, piadas e brincadeiras, não há de ter reflexo para a vida contratual.

Desse modo, não se tem como presumir má-fé por parte da empregada, quanto ao ocorrido, restando insubsistente, por injusta e abusiva, a advertência pespegada, e bem assim, a justa causa que lhe sobreveio.
ACORDAM os Juízes da 4ª TURMA do Tribunal Regional do Trabalho da Segunda Região em: por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares de nulidade por suspeição de testemunha e por cerceamento de defesa, arguidas pela reclamada; no mérito, por igual votação, dar provimento parcial ao apelo da mesma, para expungir da condenação o pagamento de 11 dias de saldo de salário, por já devidamente quitado, expungir da condenação o pagamento de diferenças salariais decorrentes do acréscimo de 30% pelo desvio de função e suas integrações em horas extras, férias mais 1/3, 13º salários, aviso prévio e FGTS com 40%, tudo na forma da fundamentação que integra e complementa este dispositivo.
São Paulo, 11 de Dezembro de 2007.
RICARDO ARTUR COSTA E TRIGUEIROS
PRESIDENTE E RELATOR

(Valeu, Morici.)

terça-feira, 22 de março de 2011

HABEAS PINHO

1955, Campina Grande - Paraíba.
Um grupo de boêmios fazia serenata numa madrugada do mês de junho, quando chegou a polícia e apreendeu o violão. O grupo recorreu aos serviços do advogado Ronaldo Cunha Lima, recentemente saído da Faculdade e que também apreciava uma boa seresta.
Ele peticionou em Juízo para que fosse liberado o violão. O pedido ficou conhecido como "Habeas Pinho".
Mais tarde, Ronaldo Cunha Lima foi eleito Deputado Estadual, Prefeito de Campina Grande, Senador da República, Governador do Estado - quando deu três tiros em Tarcísio Burity por "desavenças políticas". Burity não morreu no incidente e, até agora, ficou tudo por isso mesmo.

Segue a petição:

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 2ª Vara desta Comarca:

O instrumento do crime que se arrola
Neste processo de contravenção
Não é faca, revólver nem pistola,
É simplesmente, doutor, um violão.

Um violão, doutor, que na verdade,
Não matou nem feriu um cidadão,
Feriu, sim, a sensibilidade
De quem o ouviu vibrar na solidão.

O violão é sempre uma ternura,
Instrumento de amor e de saudade,
Ao crime ele nunca se mistura,
Inexiste entre eles afinidade.

O violão é próprio dos cantores,
Dos menestréis de alma enternecida
Que cantam as mágoas e que povoam a vida
Sufocando suas próprias dores.

O violão é música e é canção,
É sentimento de vida e alegria,
É pureza e néctar que extasia,
É adorno espiritual do coração.

Seu viver, como o nosso, é transitório,
Porém seu destino se perpetua,
Ele nasceu para cantar na rua
E não para ser arquivo de Cartório.

Mande soltá-lo pelo Amor da noite,
Que se sente vazia em suas horas,
Para que volte a sentir o terno açoite
De suas cordas leves e sonoras.

Libere o violão, Dr. Juiz,
Em nome da Justiça e do Direito,
É crime, porventura, o infeliz
cantar as mágoas que lhe enchem o peito?

Será crime, e, afinal, será pecado,
Será delito de tão vis horrores,
perambular na rua um desgraçado
derramando ali as suas dores?

É o apelo que aqui lhe dirigimos,
Na certeza do seu acolhimento,
Juntando esta petição aos autos nós pedimos
e pedimos também deferimento.

Ronaldo Cunha Lima, advogado.

O juiz Arthur Moura, sem perder o ponto, deu a sentença no mesmo tom: Para que eu não carregue remorso no coração, Determino que seja entregue ao seu dono, Desde logo, O malfadado violão!

(Essa eu recebi de tanta gente diferente que nem tem como dar crédito de agradecimento.)

domingo, 20 de março de 2011

DIFERENÇAS

DILMA, DE VESTIDO E SAPATOS VERMELHOS, RECEBE OBAMA.

-Mas que vestidinho chinfrim...
-E os sapatos?
-Esse xalezinho, sei não...
-Tá gorda, né?

Mulheres.
Lutam bravamente para conquistar seu espaço profissional. Lutam contra preconceitos arraigados, lutam contra tudo e contra todos. Quando conseguem o que lhes é de direito continuam a lutar contra tudo e todos.

Homens.
Lutam bravamente para conquistar seu espaço profissional. Quando conseguem o que lhes é de direito, comemoram e seguem a vida.

A Dilma chegou à presidência com aproximadamente 56 milhões de votos. Desse total, também aproximadamente, 32 milhões de votos femininos. Num eleitorado de 135 milhões, as mulheres representam cerca de 68 milhões de votos.

Pois bem. Dilma, hoje, enfrenta não só a oposição política (entre aspas porque o que vemos é, como sempre, uma brincadeira de mau gosto), como também a crítica aguda e permanente de TODAS as mulheres brasileiras quanto ao seu vestido, seu sapato, seu cabelo, sua maquiagem, etc, etc, etc.

É dura a vida...

sexta-feira, 18 de março de 2011

SOLUÇÃO




Do Flávio Gomes, comentarista da ESPN:

-“Quando eu for presidente do mundo
vou proibir os jogadores de futebol de fazer coraçãozinho com as mãos depois do gol.
Caso insistam, serão abatidos a tiros.”




Seguindo a brilhante idéia podemos enfileirar os comoventes “momentos de fé”, beijinhos nas camisas e/ou nas tatuagens e os nojentos dedões na boca.

quinta-feira, 17 de março de 2011

NOUTRAS PALAVRAS SOU MUITO ROMÂN-TI-CO...

(Valeu, Morici.)

TRÊS PASSINHOS

Ver o Barcelona, a Inter de Milão ou a seleção espanhola jogando futebol é, hoje, um enorme prazer. Mas, ontem, tínhamos agradáveis obrigações a cumprir: Fortaleza X FLAMENGO pela Taça Brasil.

Aí dá uma angústia...

E lá vai teoria: ver o futebol de Barcelona et caterva e ver o Flamengo e todos os outros times brasileiros é constatar que (Heresia!) estamos muito atrasados.
Pra mim o problema pode se resumir nos três passinhos.
É que os jogadores brasileiros recebem a bola e dão, no mínimo, três passinhos enquanto tentam pensar no que vão fazer.
Quando não, fazem lançamentos (chutões) cujos, em 99,9% das vezes, são errados.
Os outros, aqueles lá, antes de receber a bola já têm diversas opções na cabeça e tocam com mais rapidez e eficiência.

Com a imparcialidade que é modesta marca da minha personalidade, devo declarar que até agora, no cenário tupiniquim, só vi duas exceções: Ronaldinho e Thiago Neves.

Ronaldinho, todos imaginamos o que pode fazer. Ou não. Porque o cidadão sabe tudo de bola. (O SporTV anda mostrando duas matadas dele que são uma poesia visual.)

Quanto ao Thiago Neves, é um ótimo jogador, tem mostrado vontade, categoria, etc, etc, mas, pra mim, não parece um jogador do Flamengo. Não sei explicar se é veiêra ou preconceito, escolhe aí o que quiser. Mas que ele não tem “jeitão” de jogador do Flamengo, não tem, não. (Zanata e Tita, no início, também não tinham “jeitão”, mas hoje não costuma haver mais tempo pra essas mudanças.)

O Ronaldinho tem “jeitão”.

• Que fique muito claro o meu direito inalienável de mudar - radicalmente - de idéia daqui a 15 minutos.

• Impagável:
No meio do segundo tempo o narrador anuncia substituição no Fortaleza. Sai Léo Andrade para entrar Tatu.
E manda: -“Agora o Lédio vai analisar a entrada do Tatu...”

• Pra variar: Fortaleza 0 X 3 FLAMENGO

quarta-feira, 16 de março de 2011

PIADA NOVA?

Será que existe piada nova ou todas já foram feitas? Concordo que a pergunta é, de certo modo, imbecil, mas vocês se lembram da última vez que escutaram uma piada nova?

O Chico Anysio teria dito que só existem 48 situações de humor; todo o resto é adaptação. Enquanto o José Simão afirma, carregado de razão, que o Brasil é o país da piada pronta. E o Jô, usando um truque velho, afirma: “Faça piada velha para público novo e piada nova para público velho.” Muito bonitinho, muito inteligentinho, mas não diz nada.

Se prestarmos atenção nas piadas que rolam quando um time de grande torcida dá algum vexame ou quando um novo mandatário assume o poder, vamos confirmar que são sempre as mesmas.
Só os personagens são trocados.
E por aí afora.

De qualquer maneira, pra não passar em branco, vocês conhecem essa?

Dois caipiras se encontram.
- Você soube que o Belarmino morreu?
- Não! Morreu de quê?
- Catarata!
- Catarata? Mas, que eu saiba, catarata não mata!
- É que empurraram ele...

terça-feira, 15 de março de 2011

AMERICAN PINDAÍBA

Do Paulo Moreira Leite na Época:

É hora de ajudar Harvard?

Leio nos jornais que a Universidade de Harvard, uma das mais conceituadas do planeta, irá enviar uma missão para o Brasil. A isca é oferecer bolsas para estudantes e professores. O anzol é conseguir recursos brasileiros para ajudar a financiar a Universidade, às voltas com históricas dificuldades financeiras.

... Num país como o Brasil, onde as universidades vivem de chapéu na mão, essa notícia não precisa ser tratada em tom de escândalo, mas parece uma piada.

... Harvard é uma instituição privada, que cobra mensalidades caríssimas da maioria de seus estudantes. Possui um sistema de financiamento junto a elite americana que foi retratado de modo realista no filme Rede Social, que exibe o acesso de dois jovens milionários à cúpula da escola em função do patrocínio assegurado por seus pais.

... Mas a idéia de que os brasileiros devem ajudar a financiar a boa educação americana é uma aberração cultural.

É. Na pindaíba vale tudo!
Mas, acho que os caras de Harvard estão fazendo como o “exímio” atirador que primeiro acerta uma folha em branco e depois desenha o alvo...

domingo, 13 de março de 2011

CLUBINHO


Sei lá por que, mas o ser humano é chegado a associações desde a mais tenra idade. Aí, são os times, as turmas e os indefectíveis clubinhos. É clubinho de todo jeito e pra todos os fins.
O interessante é notar como a maioria segue, vida afora, levando a brincadeira muito a sério.

O cidadão, que na infância era um dinâmico participante do clubinho de soltar pipas na praia, vira executivo e rapidamente já está engajado num clubinho de negócios. O outro, que fundou um clubinho de futebol de botão, vira publicitário e já vai se arrumando num “clube de criação” da vida.

Os exemplos são infindáveis. Mas o melhor, mesmo, é observar como essas pessoas disfarçam bem. Vestem a capa da “seriedade” e até nos convencem que acreditam serem seres destinados a realizar algum propósito fundamental para a história da humanidade.

Duvida?
Então, com um pouquinho de “distanciamento histórico”, assista a um programa de esportes na televisão.
Ou a uma reportagem sobre qualquer “féxon-uík” da vida.
Ou leia, em qualquer jornal, qualquer análise sobre o momento político nacional.
Ou (essa é cruel) digite “comando estelar” no Google e fique por dentro de tudo o que andam fazendo os arcturianos, os sirianos e o que o comandante Ypsilondon pensa sobre isso tudo.
E muito mais.

Na verdade, não tenho nada contra os clubinhos.
Só não tenho paciência pra neguinho que se leva muito a sério...

quinta-feira, 10 de março de 2011

IBN* EXPLODE NO CARNAVAL

Musa do camarote da Devassa, Sandy não vai ao desfile das campeãs

Geisy Arruda pode substituir Sandy em comercial de cerveja

Apresentadores da Band passeiam por Recife no Carnaval

Ana Hickmann se irrita com brincadeiras a respeito de seu tombo durante o desfile

Fantasiada de Mulher Maravilha, Sabrina Sato pede um táxi no Leblon

No Rio, Hebe pede e recebe selinho do ator Jude Law

Pamela Anderson é confundida com Monique Evans no Carnaval do RJ

Gisele Bündchen e Tom Brady foram jantar no Gero, em Ipanema


* Índice de Babaquice Nacional

terça-feira, 8 de março de 2011

“HAJA EGITO!...”

... Disse o Helio de La Peña, com toda propriedade.

Vão gostar de Egito assim no Oriente Médio! Toda escola tem carros, alas e o escambau pintados, decorados e fantasiados com temas egípcios.
Não importa se o enredo é a “Parábola dos Divinos Semeadores”, “Mitos e Histórias Entrelaçados pelos Fios de Cabelo” (gentilmente patrocinado pela Pantene) ou “A Imperatriz adverte: sambar faz bem à saúde” (com essas pérolas de coerência: “Oh! Mãe Africa, Do teu ventre nascia o poder de curar! Despertam as antigas civilizações, A cura pela fé nas orações! Mistérios da vida, o homem a desvendar... A mão da ciência ensina:
O mundo não pode parar!”).
E tome Egito.

E tome Luis Roberto e Glenda Kozlowski lendo press-kits até a exaustão e com entonação, que é pra dar vibração nessa grande emoção, sem deixar que a paixão atrapalhe a narração. (Acho que, no ano que vem, eu também vou fazer samba enredo...)

Pra mim, de bom mesmo, ficaram: a Unidos da Tijuca com outro show impressionante - além de um samba quase como deviam ser os sambas enredo e Lucinha e Rogerinho, porta-bandeira e mestre-sala da Portela que arrebentaram la bouche du balon.

sexta-feira, 4 de março de 2011

MAIONESE E KETCHUP

Pra mim, os Pet Shop Boys são que nem maionese e ketchup na geladeira: você não presta muita atenção, mas eles estão sempre lá.

Formada por Neil Francis Tennant (10/7/1954) e Christopher Sean Lowe (4/10/1959), é a dupla de maior sucesso na história do pop inglês, atingindo vendas superiores a 100 milhões de discos no mundo inteiro.

quarta-feira, 2 de março de 2011

IMITAÇÕES

Foi aos 22 anos que Vincent Van Gogh (1853/1890) descobriu a obra de Jean François Millet (1814/1875). Apesar de não o ter conhecido pessoalmente, sua admiração por ele aumentaria cada vez mais ao longo do tempo.
"Millet é o guia e o conselheiro para os jovens pintores", disse ele numa de suas cartas a Theo van Doesburg.
Van Gogh não tinha escrúpulos ao reivindicar suas cópias de Millet, tal como Delacroix havia feito com as de Rubens, ou como Manet e Degas com as de Velázquez.
"Alguns copiam e outros não, eu comecei por acaso e sinto que sempre se aprende e se encontra consolo e companhia na obra do outro”, dizia
Van Gogh que se iniciou na pintura copiando primeiro Delacroix, Rembrandt e Doré. Mas foram todos substituídos definitivamente por Millet.

Pois bem. Toda essa história do Van Gogh é para falar das imitações em geral. Afinal, imitamos todos todo o tempo. É imitando que aprendemos a falar e a andar. E seguimos pela vida imitando, mal ou bem, as coisas que nos são apresentadas pelo ambiente em que vivemos.

Mas, tem sempre um mas: uma coisa é imitar acrescentando o nosso “toque” - vamos dizer assim. Outra coisa é imitar por preguiça ou safadeza mesmo. E nesse particular todos nós sabemos bem a diferença, né não?

De qualquer maneira, vem aí o carnaval e, sabe-se lá por que, vamos todos imitar a alegria incontida de sei lá quem...