NOTÍCIAS DE HOJE! (ABSOLUTAMENTE PREVISÍVEIS)

Ronaldinho Gaúcho não é mais jogador do Flamengo.

(Que eu saiba, já tem muito tempo...)

Demóstenes se cala na CPI, sessão tem bate-boca e é encerrada.

(Nóóó!!! Que inusitado!)

Negociação avança, mas documento final da Rio+20 não deverá ter metas.

(E o Rio vai ter uma semana de férias por conta de tão importante evento.)

Governo aumenta impostos para cerveja e refrigerante.

(A eterna perseguição...)

O Mercado acompanha de perto o desempenho do Ibovespa.

(Aiaiai... Será que “A Mercada” vai ficar nervosa?)

BRASIL 4 X 1 EUA

Pra começo de conversa, tenho total desprezo por qualquer letra de hino. Acho todas, constantemente, imbecis. Mas... As melodias!
O hino brasileiro é forte, imponente, lindão, mesmo. Nem precisa repetir; basta a primeira parte pra deixar qualquer um arrepiado.
Aí, entra o hino americano e o paradoxo invade a minha cabeça:
o país mais beligerante do planeta tem um hino que não parece hino.
É romântico, suave. E lindão, do jeito dele, também.


Jogo chocho, 11 minutos, em pênalti duvidoso, Neymar faz 1 X 0.
26, Neymar bate corner na cabeça do meu xará - Silva. 2 X 0.
44, após boa jogada pela esquerda, o sorridente e catimbeiro Gomez faz 1 X 2.


7 do segundo tempo, na, até agora, única vez que o Hulk e Neymar se aproximaram, trocam passes e Marcelo conclui. 3 X 1.
10 minutos, entra o maior ídolo dos 619 americanos que se interessam pelo soccer: um tal de Dempsey. Arrã...
Aos 20, Damião completa 65 minutos no papel de Robinson Crusoe abandonado na ilha da grande área. Entra o Pato.
21, pela primeira vez, Oscar e Neymar trocam passes e Pato acerta a trave.
Aos 31 (duas vezes) e aos 39, Rafael faz três defezaças e começa a sedimentar seu passaporte para as Olimpíadas.
42, bola cruzada, Pato (impedido) mata no peito e faz 4 x 1.


Balanço:
> Deu gosto de ver a marcação brasileira no campo do adversário. Cheios de dedicação, jogador que perde a bola voltando rapidinho pra combater. (Já falei aqui: acho que a grande sacada do Barcelona é a marcação - a posse de bola é decorrência.)
> No setor fauna brasileira, só pra rimar, patos e gansos vão ter que rebolar porque Oscar e Hulk estão botando pra quebrar.
> Se o Mano for o técnico que esperamos, essa seleção pode arrebentar la bouche du balon. Basta fazer Oscar e Hulk se entrosarem com o Neymar e continuar com essa (bem dosada) babância na marcação pressão.

V CONGRESSO DA INDÚSTRIA DE COMUNICAÇÃO

Termina hoje o palpitante evento em epígrafe (É... E-pí-gra-fe! Tomou, papudo?).


Acho congresso um barato incrível: geralmente são três dias de farra remunerada, mordomia e teatro.
Muito teatro! Todos se conhecem, se abraçam, tiram fotos (muitas fotos) e escondem seus ódios com habilidade proporcional aos seus status profissionais momentâneos.


Temas pretensamente seriíssimos são, fingidamente, discutidos por poucos e, é claro, ignorados por muitos.
Por exemplo: O Futuro da Profissão / Comunicação, Crescimento Econômico e Desenvolvimento Humano / Sustentabilidade e Comunicação / O Consumidor com a Palavra / Criatividade e Sucesso.


Tenho 40 anos de profissão. Nunca vi um resultado concreto, líquido, certo, resultante dessas fundamentais e, sempre, óbvias discussões, comissões, debates, etc, etc.


Para análise imparcial dos milhares e milhares de leitores desse blog, reproduzo a seguir algumas históricas e inovadoras declarações perpetradas na abertura do dito cujo:
“O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, enfatizou a importância das comunicações para a economia, por ser uma das molas propulsoras com os veículos de comunicação, e as agências com sua criatividade.”


“Luiz Lara, presidente do V Congresso registrou que, pela primeira vez, 38 entidades se uniram à realização deste Congresso. ‘Isso mostra a maturidade da profissão e a força do negócio da propaganda na complexa tarefa da construção e consolidação das marcas’.”


E a grande estrela do evento:
“O arcebispo Desmond Tutu, prêmio Nobel da Paz participou em São Paulo da abertura do quinto Congresso da Indústria da Comunicação e defendeu a liberdade de expressão, como uma das bases da democracia.”
UAU!!! Então, pronto. A comunicação tupiniquim está às portas de uma nova e esplendorosa era!
Graças a Deus, minha cota de participações nessas efemérides (tô bem hoje) se esgotou há muito tempo...

GENTE QUE FINGE

São seres, geralmente próximos, que compõem um contingente altamente perigoso! Não para todos - saúdo os que sabem se defender.

Mas, para mim, são risco de vida.

(Parênteses: acho uma tremenda babaquice essa modinha de “risco de morte”. O que está em risco é a vida; a morte é inevitável. Enfim, fodam-se os “manuais de redação”.)

Não estou falando de fingimentos sociais. Esses, todos praticamos quase todo o tempo e, em determinadas situações, geram até benefícios na convivência.

Estou falando daquelas pessoas que fingem com competência e podem te levar à beira da loucura.

Você não acredita, você procura desculpas, você inventa razões para a escrotidão escancarada até que não tem mais jeito: elas são escrotas mesmo!

Aí, decepção, tristeza, descrédito na humanidade.

A única saída que conheço é, infelizmente, excluir esses "sub-trecos dos vice-troços" - como diz o Mario Cortella - da sua vida.

Ô vida...

MOMENTO IMBECIL

Tem certas coisas que a gente deixa passar - certamente por algum tipo de proteção divina. Essa musiquinha miserável é uma dessas coisas.

A gordinha patética e esganiçada embalou muitas noites em duvidosas boates da década de 70. É claro que, na época, o mais importante era muito mais importante do que prestar atenção a esses detalhes bobos como a letra da música, etc.

Mas, olha só que tragédia:

Oh, i love to love

But my baby just loves to dance, he wants to dance

He loves to dance, he's got to dance

Oh, i love to love

But my baby just loves to dance

Oh, i love to love

But there's no time for our romance

No, no, no

Oh, i love to love

But my baby just loves to dance (yes he does)

Então, para de reclamar e larga do bailarino, ô pentelha!

CANALVA

Como falei anteontem, estava lendo o Canalva – romance do Fernando Fabbrini. Ocorre que o livro é muito bom, mesmo!
Aí, segue essa troca de e-mails que tem a missão de instigar vocês ao prazeroso investimento em cultura. (Olhaí que otimismo!)


Fabbrini,
"First of all", como diria Lady Florence, quero te agradecer pelas horas de alegria e desafios que só histórias tão espetacularmente bem contadas produzem na gente.
E, caso você tenha paciência, gostaria de conversar sobre:


Prezado Tiagão
Primeiro lugar, a alegria de você ter se divertido em território canalviano não tem preço - nem Mastercard existia naquela época. Bem, vamos aos itens.


1. Você falou, em alguma entrevista que eu li, sobre o fato dos personagens te fazerem companhia no "exílio" de Aracaju, se não me engano. Aí, vem a primeira grande curiosidade: o que surgiu primeiro, a ideia geral ou os personagens ou tudo junto ou...?


2. Como comecei a ler ontem à tarde e acabei de fechar o livro, tudo ainda está meio fervilhante na minha cabeça e pode ser que eu mude de ideia amanhã. Mas, minha impressão é que você pretendia uma "sátira brasiliana" e, ainda bem, acabou se envolvendo com a Ilha Doce de maneira irremediável. Claro, todos os deliciosos paralelos sobreviveram... Ou não?


Itens 1 e 2 juntos: você acertou em cheio e foi o único dos leitores atentos que sacou a tentativa de uma sátira brasiliana, sim! O título primitivo era "Canália", a ilha teria este nome e estaria cheia de muita canalhice, como no Brasil. Mas os dias foram passando e acabei me apegando ao prazer de "criar os personagens", moldando-os à minha vontade, e o viés
irônico-brasiliano acabou ficando menos importante.
Os personagens foram surgindo naturalmente, devem ser originários de alguns "avatares" que voltaram à vida, construídos com retalhos de pessoas que conheci. Não consigo explicar direito, mesmo.


3. O entrelaçamento dos episódios é perfeito. Você usou anotações, planilhas, ou conseguiu manter tudo "arrumadinho" na cabeça?


3. O entrelaçamento dos personagens também foi acontecendo. Vale aqui uma reflexão entre "autores", já que vc também o é: foi o meu primeiro romance, uma história mais longa. Daí, tenho a sensação que a gente abre uma torneira mental e deixa a água jorrar. Não usei planilhas nem nada, o processo é aparentemente caótico, mas no fim dá certo, com mexidinhas aqui e ali. Depois de tudo pronto, e revisto centenas de vezes, sempre tem alguma coisa que pode ser mais encaixada e adaptada.


E um último elogio: quando leio textos de conhecidos, não consigo desvincular o autor da obra.
No caso do Canalva, depois de umas dez ou quinze páginas pensando "Pô, será que esse cara é mesmo o Fabbrini?", desisti dessa bobagem e aproveitei. Muito. Só voltei à real no epílogo "Antes de fechar o livro..."


Este é o mais engraçado. Várias pessoas que leram Canalva me surpreenderam com comentários semelhantes. "Poxa, você mesmo quem escreveu, cara?"
Quase respondia: "Não, foi um anão que mantenho em regime de escravatura dentro do HD de meu micro."
Afastadas as suspeitas da ação de um misterioso gosht-writer, fiquei com a sensação de que muitas pessoas não me conhecem de verdade e que o referido escrito, onde pude soltar minhas frangas à vontade (e não sob o rigor de um briefing...) acabou sendo revelador do território do imaginário onde labuto diariamente.


Abração,
Tiago.


Valeu, cara, é muito bom saber que a garrafa atirada ao mar nas praias de Santabela chegou ao destinatário e cumpriu a missão de "comunicar".
Recomende pros amigos, dê de presente, etc. Sou um mísero autor independente de uma editora idem.
Abração, FF.

DICA PARA UM DOMINGÃO FELIZ

Instale-se confortavelmente, providencie o aditivo que mais te agradar e invista uma hora e pouco do seu tempo assistindo e, principalmente, ouvindo (no talo, de preferência) essa maravilha.

(Valeu, Morici.)

ESPELHOS PROFISSIONAIS

Normalmente, quando estamos começando a carreira, seja lá qual for, todos temos espelhos profissionais. São aqueles caras que a gente admira e/ou aprende a gostar.


No Sportv e na ESPN temos dois exemplos interessantes:


1. Milton Leite é, pra mim, o melhor narrador de futebol que temos. Excelente voz e, além de bons bordões, ótimas tiradas no decorrer do jogo. Eduardo Moreno tem voz igualzinha e imita, com requintes, a mesma entonação do Milton. A ponto de, quando pego um jogo já começado, me levar a alguns minutos de dúvidas sobre quem estou ouvindo. Só costumo descobrir quando sinto, no ar, uma certa falta de inteligência.


2. Andre Plihal é um bom repórter da ESPN que sofre, como já falei em algum lugar desse blog, de EB – Extrema Boiolice. O cidadão consegue me fazer desistir de até boas reportagens quando ouço seu jeitinho afetado. Aí vem o Fernando Gavini, até bom também, e começa a imitar – ridiculamente – o jeitinho Plihal de ser. Azar o dele...


Resumo da ópera: desisto e vou ler um livro: Canalva, do Fabbrini.
Ainda estou no começo mas, já recomeiiindo!

ROLLING STONES – 50

Peguei no Multishow, da metade pro fim, um espetacular documentário, show, sei lá: “Shine a Light” – dirigido pelo Martin Scorcese, coisa fina.
E com legendas surpreendentemente honestas!
Devo confessar que sou Beatles. É que, para nós provectos, Beatles e Rolling Stones eram como Flamengo e Botafogo - na época.
Então, sou Beatles.
Mas, depois que li o “Vida” do Keith Richards, comecei a ter mais sympathy for the devil. Que é o título do vídeo abaixo.
(Não sei porque, mas os Rolling Stones me fazem lembrar do Ultraje a Rigor. E não o contrário...)

ALARME DISPARADO

Seguindo na onda de invenções, o tal do alarme de automóvel é um dos fracassos da era moderna, né não?


Esta merda só serve pra, num raio de 200 metros ou mais, sei lá, atazanar os ouvidos de todos menos os do filho-da-puta do dono do veículo.


Nunca ouvi falar de um roubo que tenha sido evitado pelo alarme.
E, se esta merda está tocando, por que o filho-da-puta do dono não corre pra desligar, pra prender o meliante, pra explodir o veículo, qualquer coisa que acabe com o ruído pentelhante?


Mas, não. Só resta a, vã, esperança que a bateria acabe.

CORINTHIANS 1 X 0 VASCO

Por muito breves momentos, tanto Corinthians quanto Vasco parecem dois barceloninhas: tocando a bola pra lá, pra cá e fazendo cara de conteúdo. Mas, logo logo, caem na real e... Chutão pra frente - agora rebatizado de “ligação direta”. Tudo bem que o Cássio, goleiro do Corinthians, deu uns dois ou três chutões de três dedos (talvez menesguêio defina melhor), mas continua sendo chutão pra frente.

Joguim mornim, bobim, chatim, 20 minutos, uma chance pro Corinthians, bola pra fora. 31, Fernando Prass faz uma defezaça na cabeçada do “Famoso Quem?” do Corinthians e mais nada.

17 do segundo tempo, acordo com Diego Souza perdendo um gol incrível. Escanteio, Nilton cabeceia na trave. 31, acordo de novo com uma bola na trave chutada pelo Emerson do Corinthians.

42, Paulinho (o “Famoso Quem” do primeiro tempo) acerta outra cabeçada e decreta a vitória do Curingão.

Que merda hein, MV?

Aproveitando o momento futebol, li outro dia que o Alberto Helena Jr., no Bem Amigos do Sportv, defendeu a elitização (ou higienização como preferem alguns) dos estádios: “O estádio, como arena, um teatro grego, era uma praça pública onde o povo ia para se manifestar, porque você não tinha outro veículo de comunicação. Hoje em dia, o futebol, que é um entretenimento de massa, encontra o seu palco na televisão, que alcança as grandes multidões e todas as categorias sociais. O estádio passou a ser o teatro e a receber uma ínfima parte do torcedor. E essa pequena parte tem que fazer parte do espetáculo, então a tendência natural é a grande massa vendo futebol pela TV e uma elite nos estádios".

Não concordo com nenhuma linha do que ele diz.

Mas, adoro ver alguma coisa diferente nesse universo profundamente previsível dos comentaristas de futebol.

DEUS TROCOU DE CANAL

Como sabemos todos, Deus só foi apressadinho quando resolveu criar o mundo em seis dias. (No sétimo dia, depois desse esforço monumental, Ele descansou - e como!)


Então, mesmo considerando que para o TodoPoderoso um ou um milhão de anos não fazem muita diferença, Ele levou só 96 anos para trocar de canal.
No caso, trocou o canal do Eugene Polley - o inventor do controle remoto.


É isso aí, sedentário leitor: o inventor da “máquina mardita”, a verdadeira responsável pela decadência do ser humano, a sutil destruidora de casamentos felizes, o terror dos publicitários,
foi, finalmente, pro saco.


Uma das minhas crenças inabaláveis preconiza que a preguiça é a mola propulsora da humanidade.
Se não fossemos preguiçosos ainda estaríamos nas cavernas.
Repara que todas as grandes invenções do ser humano visam aprimorar o “dolce far niente”. Avião, telefone, televisão e, claro, o controle remoto (só pra ficar nos mais evidentes), rivalizam com o eskibonzinho, o miojo e o micro-ondas.
Então, pra mim, perdemos ontem um grande gênio da humanidade.

AS "MUDERNIDADES" SÃO RELATIVAS...

Dois mineirinhos ao celular:


-Ndéksetá?
-Tokicocê.
-Ôndikikocê?
-Trazdocêssô.
-Faverdadsô. Oncocetá?
-Eu toonkocetá.
-Maonkotô?
-Onkocetássô??? Cetáonkotô!
-Numtotivenusô!
-To-inaí!
-Yondékinoisvai?
-Cevaoncovô!
-Issosseissô. Maoncocêvai?
-Vococê!
-Covococêissossei! Maoncovocossê?
-Seindanumsá? Ticontásso!
-Xotifalá. Socêvai-onconumgodií-cevaissó,sô!
-Nenchusákussô! Sototifalano-ototifalanu!
-Vemkikocêvaivêkekébompatóss!
-Tobrincânussô.
-Godissunão!
-Tocheganaí.
-Tspér!


(Valeu, Décio.)

E A LOLO JONES, HEIN?

Na esteira das Olimpíadas que se avizinham, o entulho de bobagens começa a se acumular.


O USA Today manda hoje uma reportagem com a cidadã da foto. 29 anos, especialista nos 60 e 100 metros com obstáculos, favorita em 2008, acabou em sétimo lugar.


Falando sobre sua vida, Lolo Jones confessa que “Na sexta série eu era uma ladra profissional; mas, não furtava roupas, brincos ou sapatos como toda adolescente. (!?)
Eu furtava comidas congeladas em supermercados. (!!??)


Mas, a grande chamada da reportagem é a sua empolgante luta para permanecer virgem: “É só um presente que quero dar ao meu marido. Mas, por favor, entenda, esta viagem tem sido difícil. É a coisa mais difícil que já fiz na minha vida - mais do que o treinamento para as Olimpíadas, mais difícil do que me formar na faculdade, tem sido permanecer virgem antes do casamento.”


Puxa, gente, que heroína, que superação, que exemplo, hein?
Aguardem, breve, fotos, powerpoints e outras besteiras louvando a balzaquinha demente...

DA UEFA CHAMPIONS LEAGUE 2012...

Pra começar, bem ridícula e pobrinha a cerimônia de abertura, né não?
E o tal do hino, tão incensado pela mídia vendida, é insuportável.


Tentando fugir da Rêdigrobo, vou pra ESPN.
Reportagem pré-jogo, André Plihal - a locução carregada de EB (Extrema Boiolice) esconde todas as possíveis boas intenções do afetadinho...
Narração (estilo 1º. aluno da classe fazendo discurso de formatura) do Paulo Andrade. (Onde anda o Amigão???)
Comentários óbvios, e consequentemente idiotas, do Tra(aargh)jano, enquanto o PVC assiste um jogo de xadrez que só ele vê: “Falta aproximação dos meias para que os laterais possam evoluir, o Ashley Cole está plantado e blkgnhfdjjrssd...”


Duas chances meia boca do Bayern, mais obviedades, aguento até os 40 minutos e, resignado, vou pra Globo.
Por mais que a gente adore detestar, o Galvão dá mais empolgação.
O jogo continua uma bosta, intervalo, entrevista exclusiva com o Mano Menezes e mais obviedades.


Segundo tempo, volto pra ESPN. (Masoquismo? Não: falta de opção.)
O jogo continua de dormir sentado. E eu continuo assistindo. (Avaliações psicológicas devem ser enviadas para o e-mail hajamuitosaco@gmail.com)


Segue o Tra(aargh)jano falando bobagens (Sugestão: ele e o Juca-Senil-Kfoury deviam lançar um programa no estilo “Ó Como Eu Me Amo!”) e o PVC segue assistindo o jogo que só ele vê.


Thomas Müller faz para o Bayern.
Drogba empata para o Chelsea.
O grande gênio-velho-jornalista-tarimbado comenta que os dois gols tiveram uma coisa em comum: foram de cabeça!
(UAU! Como eu conseguiria viver sem tal informação???)


1 X 1, prorrogação.
“Zé das Couves de Ladainha, Filipe de Florianópolis e Jotinha de Prixoxó dos Montes estão conosco nessa fabulosa cobertura da ESPN!”
Essa é a maior informação que temos antes do início da prorrogação.
Drogba (!) faz pênalty, Robben cobra e Peter Cech defende.
Nosso guia comenta que “Agora o jogo começa a ficar emocionante...”.
(Ora, vá plantar batatas!)


Volto pra Globo.
O jogo segue e Casagrande discorre sobre o possível caso de ciúmes entre Drogba e Fernando Torres.


Volto pra ESPN.
Segundo tempo da prorrogação. (Se fosse Duque de Caxias X Belford Roxo eu já teria desligado há muito tempo...)


Pênaltys. Agora vale ver Peter Cech (Chelsea) contra Manoel Neuer (Bayern) – os dois melhores goleiros do mundo.
Tchan, tchan, tchan-tchan!!!


PVC continua despejando estatísticas esdrúxulas e inúteis.
Os times se unem naquelas rodinhas babacas de “momentos de fé”...


Neuer pega, bate e faz, mas Drogba decide.
Chelsea – Campeão 2012.


Agora vem Flamengo X Sport – começo do Brasileirão.
Ô vida dura...

HORA DANÇANTE - 16

Françoise Hardy - Tous Les Garçons Et Les Filles


The Mamas and Papas - I Call Your Name


Seals & Crofts - Summer Breeze


Peter Paul & Mary - Blowin in the wind

O MERCADO ESTÁ NERVOSO

Como todo pobre que se preza, acho ridículas as notícias econômicas que não consigo relacionar ao meu bolso. Tô cagando e andando pra bolsa de Kuala Lumpur, pro índice Dow Jones e outras chaturas afins.

O tal do mercado, então, dá vontade de educar à maneira antiga:

“O Mercado está nervoso”, “O Mercado hoje acordou tranquilo”, “Não se sabe como o Mercado vai reagir”, "O Mercado está de mau humor"? Uma boa surra de cinto deveria resolver...

Podemos deduzir que se trata de uma entidade profundamente irritadiça, instável, volúvel. (Devia ser “A Mercada”...)

Esse vídeo tenta explicar a relação mercado/investidores com uma adaptação que me parece extremamente parcial e babaca.

Como, aliás, babacas me parecem todos os analistas econômicos que conseguem, sem esforço aparente, complicar enormemente o que poderia ser bem mais simples.

Mas, aí eles perderiam a aura da exclusiva sabedoria.

E a vaidade humana, isso sabemos todos, é imensurável.

MARCOS - GRANDE FIGURA!

O ex-goleiro Marcos, do Palmeiras, é, pra mim, tão responsável pela conquista da Copa de 2002 quanto foi o Ronaldo.


Exemplo escrito-escarrado do caipira gente boa, honesto, simpático, tranquilão, engraçado, etc, etc, esteve hoje num evento em Curitiba.


Aí, vem a entrevista:
- Ô Marcos, você vai ser pai de novo?
- Agora tô ficando mais em casa, né? Sem nada pra fazer, né? Acabei fazendo mais um filho!
E explode numa gargalhada de comovente franqueza.
Deus conserve.

SHINE

Essa vai pra todos os "crazy diamonds" espalhados por aí...

E CONTINUAM VENDENDO!

Quase um ano e meio e alguma coisa mudou?
Mudou, sim: os bancos estão acenando com redução de juros, de taxas, de tudo. Menos do imenso amor que eles sentem por nós.


O resto? Parece brincadeira. E, considerando que não mudam, conclui-se que devem continuar vendendo.
Quem nasceu primeiro? O consumidor anestesiado ou os anunciantes/agências que aplicam a anestesia?


Esse VT do Mitsubishi me deu vontade de reclamar direitos autorais...





TERÇA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO DE 2010
MANUAL RÁPIDO DE CRIAÇÃO PUBLICITÁRIA
Seu cliente é um banco? A resposta é: amor. Os bancos nos amam com paixão, estão do nosso lado até na hora de ir ao banheiro, nos apóiam, amam, amam e amam. Fundamental a locução emocionada e roucomorna.
Seu cliente é desodorante ou creme dental ou escova de dentes? A resposta é: tecnologia. Nossos suvacos e dentes agora são protegidos pela alta tecnologia.
Seu cliente é SUV? A resposta é: regravação de música dos anos 70, imagens babacas e repetitivas. Com muita lama espirrando.
Seu cliente é shopping ou supermercado? A resposta é: compras geram cupons para sorteio de carro. O carro depende do shopping ou do supermercado. Se for fuleiro, é Fiat. Se for classe A, é BMW, por aí.
Seu cliente é mineração? A resposta é: cidadania, consciência e outros cinismos no gênero. Sempre, com imagens verdes de crianças verdes e famílias verdes. Com locução piegas. E verde.
Seu cliente é cerveja? A resposta é: futebol, samba e mulher pelada.
Seu cliente é varejo? A resposta é: ignora, finge que não é com você. Se não tiver outro jeito, gritos.

NEYMAR 2 X 0 MURPHY

Quando eu era "minino piqueno" lá em Barbacena, quer dizer, no Leme, se alguém perguntasse qual a minha preferência em relação a qualquer clássico - que não envolvesse o Flamengo - eu sempre respondia que preferia que o Maracanã desabasse. Talvez eu tenha sido premonitório porque puseram o Maraca no chão. (Por outra$ razõe$, é claro.)


Então, de novo (vê aí embaixo, "Mazelas Futebolísticas Dominicais"), optei por assistir Santos X Guarani e me dei bem apesar do óbvio desfecho. O que fica cada dia mais óbvia (ainda bem), é a qualidade do futebol do Santos: Neymar, Ganso, etc, têm garantido ótimos momentos futebolísticos em geral.


Bahia 3 X 3 Vitória deve ter sido muito bom também - com o improvável Falcão sendo campeão pelo Bahia na boa terra.
E o Sport 2 X 3 Santa Cruz > bicampeão pernambucano também deve ter sido bom de ver.


Por aqui, as buzinas não param. O Mequinha decepcionou e haja saco pra aguentar o berreiro atleticano noite adentro. (Ainda bem que o Brasileirão vai começar e eles acalmam rapidinho...) 


Resumindo e finalizando, a cada dia que passa o moleque prova tem que ser seguido. De perto.

GENTE FINA É OUTRA COISA. NA TAILÂNDIA ENTÃO...

Cultura Tailandesa
Paulo Emílio de Medeiros


A foto mostra um aspecto da cultura tailandesa que pra nós é sutil, mas aqui faz parte do dia-a-dia.


A Primeira-Ministra foi visitar o Presidente do "Privy Council" do Rei, para cumprimentá-lo pelo Ano Novo tradicional tailandês. Como ele é pessoa também muito importante e muito mais velho que ela (foi Primeiro-Ministro há mais de 20 anos), ela, que é mais alta que ele, procura reduzir sua estatura se curvando um pouco, como se vê na foto. Pois ninguém deve ficar mais alto que uma pessoa mais importante.


Não importa se a Primeira-Ministra, mesmo se curvando, continuou mais alta; o importante é o gesto, a tentativa.

CABRA CEGA

Sempre achei essa brincadeira extremamente injusta: pouquíssimas chances para um e infinitas para todos os outros. Não via empolgação nem em ser a “cabra cega” e muito menos em escapar dela.
E ainda tinha um lance de girar o vendado antes dele sair, enlouquecido, procurando pegar os outros. Pô! Sem enxergar e, ainda por cima, tonto?
É muita sacanagem.

Quando a chatura acontecia em ambientes pequenos o infeliz ainda tinha chance de esbarrar em alguém. Aí, para tudo, tira a venda e passa para a próxima vítima. Um clássico da crueldade infantil.

Achava ridícula a brincadeira quando eu era criança, achei perigosa quando minhas filhas brincaram e vou detestar quando Tuniquinha passar por esse altamente dispensável estágio.

E ontem, assistindo "It Only Hurts When I Laugh", fui brindado com a frase definitiva: -“Vendas só deveriam ser permitidas em sequestros e fuzilamentos”.

TRAVESTI FAZ SOPA COM OSSADA HUMANA

Isso é que é notícia!
Então, vamos lá.


A chamada:

A notícia:

As perguntas:

1. Por que a chamada põe, no título, “Travesti” e a notícia põe “Adolescentes”?

2. Como o investigador Alberto Damasceno chegou tão rápido à solução de tão bizarro caso?

3. Os pais das suspeitas foram ouvidos: O que eles disseram?

(Pela-môr-de-Deus!)

4. Lorena Ciclone fugiu para Dias D’ávila.

Dias D’ávila é um município de 66.000 habitantes, a looongos 56 km

de Salvador. Por que o ágil Alberto ainda não a (o) encontrou?

5. E o mais impressionante: A troco de quê o transeunte (paranormal, com certeza) impediu o deficiente de tomar a sopa???

(Cartas para a redação.)

TOUCH

Pra mim, atualmente, a melhor série da Tv. Na Fox.

Só tenho medo de babaquear.
Como House e outras tantas.

Mas, por enquanto... 10 a Zero!

QUANDO CRESCER QUERO SER IGUAL A ELA

É o que deve (ou deveria) estar pensando a Luana Piovani da Sharon Stone. Mas, com a mesma classe, esperamos todos...

MAZELAS FUTEBOLÍSTICAS DOMINICAIS

Domingão sem Flamengo, com pelo menos três jogos bons de ver. Isso gera ansiedade. Explicando: sempre escolho o jogo errado.
É uma lei de Murphy futebolística: “Os outros jogos sempre serão melhores do o que você está vendo”.
Então, optei por Guarani X Santos e dane-se o resto. Afinal, tem o Neymar, Ganso, Arouca, Domingos (zagueirão do Guarani, uma figuraça) e outros.
Murphy se deu mal e eu me dei bem.

GUARANI 0 X 3 SANTOS

50 segundos de jogo, Neymar recebe no meio do campo arranca, dribla uns três ou quatro e é parado com falta na meia lua da área. Elano cobra e acerta a trave.

Depois disso, o Guarani tentou fazer o que o técnico recomendou:
-“Parar o Neymar não dá. Tem que evitar da bola chegar nele.”
Quase que deu certo. Numa que não deu, o cidadão escapou pela esquerda, cruzou, confusão na entrada da área, sobra pro Ganso, gol.

5 do segundo tempo, Neymar dribla três e é derrubado perto da área. Elano cobra e o goleiro tira da gaveta.

20 minutos, contra-ataque, Ganso entra na área, perde a passada e Neymar, vindo de trás, gol.

46, cruzamento na área, Neymar mata no peito tirando o lateral, corta o Domingos, gol.

O resto (América 1 X 1 Atlético - garantia de paz noturna - e Fluminense 4 X 1 Botafogo), vai ficar pros “melhores momentos”.
E, domingo que vem, vou ter outro desafio contra Murphy...

UMA BABAQUICE AOS SÁBADOS

AS COLHERES DE CABO COMPRIDO

Conta uma lenda que Deus convidou um homem para conhecer o céu e o inferno.

Foram primeiro ao inferno.
Ao abrirem uma porta, o homem viu uma sala em cujo centro havia um caldeirão de substanciosa sopa e à sua volta estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas.
Cada uma delas segurava uma colher, porém de cabo muito comprido, que lhes possibilitava alcançar o caldeirão, mas não permitia que colocassem a sopa na própria boca. O sofrimento era grande.

Em seguida, Deus levou o homem para conhecer o céu.
Entraram em uma sala idêntica à primeira: havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta e as colheres de cabo comprido. A diferença é que todos estavam saciados. Não havia fome, nem sofrimento.
"Eu não compreendo", disse o homem a Deus, "Por que aqui as pessoas estão felizes enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?"
Deus sorriu e respondeu: "Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a dar comida uns aos outros."

Conclusão óbvia: retardados vão para o inferno!

HORA DANÇANTE – 15

E já que ontem falamos em Grace Jones, vamos começar com a ensandecida jamaicana.
Em seguida voltamos à “programação normal” (com destaque para o charme da Chrissie Hynde).

Grace Jones - La Vie en Rose


The Cascades - Rhythm of the Rain


The Pretenders - Don't Get Me Wrong


Joe Cocker - You Are So Beautiful

TAMBOR

Todo mundo gosta de tambor.

Pobre gosta de tambor porque descarrega sua raiva batendo o bumbo e porque o som incomoda os ricos.

Rico também gosta de tambor porque se sente poderoso espancando o bumbo e o som compassado remete ao tempo dos escravos.

O que, por sua vez, é uma das inquietudes do pobre em relação ao tambor. Mas, em compensação, os ricos ficam inquietos quando o barulho do tambor não é produzido por eles.

Tá de bom tamanho?
Agora é só desenvolver mais um pouquinho e transformar essa bobagem num powerpoint que vai fazer o maior sucesso entre qualquer facção política.
Basta carregar na interpretação. Dá certo pra qualquer lado...

KEITH HARING

"Em minha vida fiz muitas coisas, ganhei muito dinheiro e me diverti muito. Mas também vivi em Nova Iorque nos anos do ápice da promiscuidade sexual. Se eu não pegar AIDS, ninguém mais pegará."

Como o google nos lembra, hoje é aniversário dessa figura lendária.

Em 1988 confirmou que estava com AIDS e criou a Keith Haring Foundation para cuidar de crianças portadoras do vírus.

Muito doido, um tremendo artista, morreu em 1990 aos 31 anos (e não aos 27 como seria de se esperar) depois de deixar uma obra impressionante.
Amigo da maioria dos ícones cult da época, foi parceiro do papa dos grafiteiros, Jean Michel Basquiat (esse sim, morto aos 27 - de overdose, pra variar).

Entre muitas outras coisas, pintou Grace Jones para o clip de I’m Not Perfect. (Musiquinha meio sacal, mas, é claro, vale pelo visual.)

Vale guglar para ver os trabalhos do cidadão.

GAROTINHO É O CHUCKY DO SÉRGIO CABRAL

Anthony Garotinho virou o pesadelo do Sérgio Cabral.
Uma orgia de fotos, vídeos, denúncias, etc.

Perguntinhas:
1. Ele tem moral pra isso?
2. Vocês acreditam que vai acontecer alguma coisa com o Cabral?

Próximos capítulos na CPI do Cachoeira.
Aliás, segundo o Chico Caruso hoje n'O Globo, "Cachoeira", não:
Dr. Carlos da Precipitação de Água Fluvial, por favor!

CUIDA DA TUA VIDA!

Em plena tarde de 24 de dezembro, no início dos anos 2000, vi dois homens se matarem na esquina da Avenida Nossa Senhora de Copacabana com Belford Roxo. Começaram a brigar, cada um puxou um revólver e atiraram um no outro até os dois caírem mortos.

Não tenho a menor ideia dos motivos de cada um.

Mas, tenho certeza que eles tinham.

Convivemos a vida inteira com infindáveis histórias de guerras insanas, terrorismo e assassinatos por um nada. Cada um dos personagens dessas histórias tinha seus motivos, suas ideias, suas crenças.

Cada uma das vítimas tinha também tudo isso.

Justiça dos homens? É balela.

Justiça divina? Também é.

Então resta, a cada um, viver sua vida. Acreditando e praticando suas crenças e ideais. Agora, se suas crenças e ideais envolvem convencer o próximo que suas crenças e ideais vão salvar as pobres almas da danação eterna, por favor, pensa um pouquinho: pode ser que você não esteja na direção correta. E, como provavelmente você tem certeza que está certo, pensa também, só um pouquinho, que os destinatários de seus nobres ideais podem não concordar com você.

Resumindo, haja muuito saco pra filmes, mensagens, powerpoints,

e-mails e tudo mais que envolva aconselhamentos para te salvar e/ou para fazer você viver melhor – desde que você viva como eles querem.

Que tal, em vez de ficar pentelhando a vida alheia, cuidar de ser mais educado, mais civilizado, enfim, mais humano e menos hipócrita?