quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

2017: JÁ VAI TARDE

Gosto de futebol. Muito.
Entre as poucas vantagens de ser velho, tive a alegria de ver - ao vivo - no Maracanã, no Mineirão, na Gávea, em General Severiano entre outros, jogadores como Pelé, Zico, Garrincha, Tostão, Dirceu Lopes, Silva (o Batuta) e tantos outros que faziam do futebol uma arte bem diferente das "máquinas" que vemos hoje.

E, entre as desvantagens de ser velho, tive também a tristeza de perder amigos e conhecidos durante a ditadura militar que tantos hoje querem ver de volta disfarçada nos bolsonaros de ocasião.

Entretanto, o que mais me chama a atenção neste ano que se vai é a constatação da falência das conversas.

Nas poucas vezes em que participo das ditas convivências sociais o que vejo são conversinhas frouxas que ocorrem quando as criaturas estão dando um tempo em seus celulares.

Conversinhas frouxas porque, "civilizadas" que são, as criaturas evitam, a todo custo, enveredar por qualquer assunto controverso.
É mais negócio destilar seus ódios nos fêicibúquis da vida onde não terão que, olho no olho, debater suas ideias e escutar, com um mínimo de atenção, os argumentos contrários.
Pra piorar as coisas, os próximos tempos se apresentam com a certeza do agravamento dessa situação.

Então, vida que segue.
Vamos em frente acabando com a conversa e substituindo a língua portuguesa por emojis ridículos.

Bleargh!

2 comentários:

  1. Êpa, o Haja está voltando???!

    Grandes jogadores. Uma vez, há anos, eu estava na Tailândia, na periferia de Bangkok, esperando um amigo que havia me deixado ali por alguns minutos, e tomando um refrigerante, quando veio o dono do bar e tentou começar uma conversa. Ele não falava inglês, e eu não falava tailandês... Mas conseguiu entender que eu era do Brasil. E aí, pra meu espanto, saiu-se com essas palavras: "Pelé, Tostão, Jairzinho, Rivelino". Fiquei emocionado.

    E a questão dos celulares. Acho triste, ver que as pessoas não têm mais coisas pra dizer um ao outro, ou pra ver enquanto viajam de metrô ou esperam um ônibus.

    Tiago, escreva quando e se estiver a fim. Mas você é muito bem-vindo!

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