domingo, 29 de março de 2015

PODIA TER TODA SEMANA

Jogos comemorativos, benemerentes, despedidas, seja lá o que for.
O importante é que os "velhinhos" enchem os olhos de quem gosta de futebol.

Quinta-feira passada, no Almeidão - João Pessoa, tive o imenso prazer de contemplar Zico, Adílio, Rondinelli, Cláudio Adão, Jayme de Almeida, Julio César "Uri Geller", Zinho, Peu e mais um monte de gente boa jogando contra um combinado liderado por Viola e mais gente boa.
O Flamengo Master, claro, venceu por 5X4 com Zico e Adílio esbanjando categoria além de um golaço do Peu cujo, se tivesse sido marcado no Maracanã, teria estremecido a arquibancada.

Na sexta, lá foram eles pra Campina Grande jogar a revanche.
Encaçapamos de novo: 4X1.

Sábado, ligo a Tv e dou de cara com despedida do Alex com direito a Ademir da Guia - que vai completar 73 anos na sexta que vem - batendo pênalti de três dedos além de Evair, Edmundo, Djalminha, Sorin, São Marcos, Zinho e Zico de técnico dos "Amigos do Alex".
Mais um monte de jogadas impressionantes e uma festa merecida pra esse cracaço que é o Alex.

Jogos muito melhores do que esse futebolzinho xué que atualmente nos é dado a ver e torcer.

Obs.:Zico e Zinho estão numa ativa de dar gosto. 5a. em João Pessoa, 6a. em Campina Grande e sábado em São Paulo.
Vida longa aos "velhinhos"! 

sábado, 28 de março de 2015

"EU PULO DO ACAIACA!"

No início da década de 60 o Acaiaca era o prédio (de gosto pra lá de duvidoso) mais alto de Belo Horizonte.

Férias, a turma se encontrava, religiosamente, na esquina para conversar e aprontar as bobagens próprias de quem tem entre 12 e 15 anos de idade.

Numa dessas, surge a frase: "Se até os trinta anos eu não me arrumar, pulo do Acaiaca."
É provável que o tom grave e definitivo com que ela foi proferida tenha contribuído para que todos, prontamente, concordassem e, na rapidez da idade, as piadas vieram de montão:
-"Vou pular em cima daquela velha chata." (A mãe vigilante da gostosinha almejada.)
-"Eu, em cima do sorveteiro." (Que se negou a vender fiado.)
E por aí afora.

Mas, o que estava implícito no "me arrumar" é que era o quente.
Para a maioria significava achar a mulher amada, ter filhos que não saíssem escrotos (em todos os sentidos), comprar uma boa casa e, claro, ter dinheiro pra desfrutar essa vida de melosos filmes hollywoodianos.

Pois bem. Passamos os 30, os 40, os 50, estamos nos 60 e ninguém pulou. Alguns "foram pulados" por infartos e outras chaturas no gênero mas, até agora, pular, ninguém pulou.

Aí me assaltam os considerandos: alguns, vários, seguiram o script, outros nem tanto mas, será que o script era mesmo tão geral?
Ou, mais provável, cada um foi moldando o script inicial conforme os acontecimentos? E assim sendo, será que essa "moldagem" foi satisfatória?

Pra mim, não estava sendo. E, por sorte ou não, descobri cedo que a moldagem estava chata, larguei o script e venho, desde então, tentando seguir uma trilha de equilíbrio entre Zeca Pagodinho e Aristóteles: "Deixa a vida me levar" e "A virtude está no meio".
O que, convenhamos, não deixa de ser moldagem.
Mas, o importante é que funcione e continue me fazendo ir à praia com alegria.

sexta-feira, 27 de março de 2015

ELAS SE SUPERAM



Quando você pensa que nada mais pode suplantar o ridículo cenário em que nos encontramos, com BBB’s et caterva pululando nas páginas da nossa combativa (risos) imprensa, as eternas aspirantes a celebridades instantâneas dão um jeito de provar que são imbatíveis.


"Vai chocar a sociedade", diz musa da direita 

Empresária que tirou a roupa no protesto contra o governo vai posar para a "Sexy"; revista deve ser publicada até junho

Transformada em musa das manifestações contra o governo após tirar a blusa e mostrar os seios durante o protesto contra a presidente Dilma Rousseff (PT), a empresária Juliana Isen, de 36 anos, já foi convidada para posar nua.

Juliana confirmou ao iG que irá posar para a equipe da revista "Sexy" nesta sexta-feira (27).  Sem revelar detalhes, ela apenas confirmou que a publicação deve ir às bancas em maio ou junho.

“Eu não vou querer nada escancarado, mas é surpresa. Acho que vai chocar muito a sociedade. Vai ser bafão”, disse.

quinta-feira, 26 de março de 2015

LÁ COMO CÁ...

De saco cheio das recorrentes “notícias” da mídia tupiniquim, procuro refúgio em outras paragens.

Mas, como podemos ver no texto abaixo, parece que o tal do jornalismo está vivendo uma crise mundial.

Conversas daquele lado da direita
Francisco Louçã – Tudo Menos Economia – Público - Lisboa
José Manuel Fernandes, director do Observador, o jornal online mais arreigadamente de direita do planeta Portugal, dedicou um escrito ao seu próprio espanto pelas palavras de Marine Le Pen, em entrevista ao concorrente Expresso.
“Ele há coisas extraordinárias”, escreve Fernandes.
“Estava eu este fim-de-semana a ler uma longa entrevista a um jornal de referência e eis que me deparo com um discurso que, facilmente, poderia ser subscrito por gente de muitos e diferentes quadrantes. Gente variada e importante”.
Estava ele portanto no fim de semana a ler um jornal que se esqueceu de citar, e ficou impressionado com a “coisa extraordinária” dos dizeres da senhora Le Pen, que mistura alegremente racismo e defesa da pena de morte com oposição ao euro e à União Europeia.
Fernandes decidiu então usar as frases da senhora para demonstrar o seu ponto, porque há sempre um ponto: ela e a esquerda partilham um “ódio à democracia”. Não são iguais, claro, mas são tudo gentalha perigosa.
E por aí segue o baile... Quer ver tudo?Aqui: http://blogues.publico.pt/tudomenoseconomia/2015/03/25/conversas-daquele-lado-da-direita/

domingo, 22 de março de 2015

MOMENTO AUTOAJUDA


Meu fim de semana esteve muito próximo da chatura definitiva.
Choveu direto, não deu praia, só filme ruim (pra variar) na TV,
deprê quase total.

Mas, acreditei, não me desesperei e fui recompensado pelas benemerências da freguesia do Vasco.
Meu domingo foi salvo, a chuva não atrapalhou, a drenagem funcionou, o Alecgol compareceu assim como a torcida que proporcionou mais um dos incontáveis recordes de público a que nós, rubro negros, já estamos acostumados.

Assim como estamos acostumados a encaçapar o vasquinho de eurico miranda.
Vida longa ao freguês.

sábado, 21 de março de 2015

PROVINCIANISMO

O provincianismo é
"Uma percepção da realidade quase exclusivamente centrada numa estreita relação de proximidade. Tudo é apreciado mediante a valoração apriorística que se tem do que está mais perto - os problemas do mundo reconduzem-se às questões da minha 'aldeia' e as múltiplas contrariedades do nosso tempo serão, no fundo, as vicissitudes que acontecem na 'minha rua'. Carlos Abreu Amorim

Assim sendo, vamos a um saudável exercício:

O DICIONÁRIO DO PAULISTANO
(que continua em estudos por falta de algumas letras "s", e "muitas discordância verbal", né "meu"?).

MEU - nativo de São Paulo.
MINA - feminino de "meu".
US CARA -Aglomerado de "meu".

SHOPIS - Local onde os "meu" se encontram para compras e lazer, e também para substituir a falta da praia.

CHOPS - bebida preferida dos "meu".
PASTEL - Acompanha o Chops... (sempre em dois). "Um chops e dois pastel".

GUIA - Limite do calçamento dos "meu".

AEROPORTO - Local transcendental onde os "meu" refletem sobre a existência da letra "s", vendo "us avião subi e decê".

"ORRA, MEU!" - Normalmente, as primeiras palavras dos "meu" ao nascer.

"NUM TÔ INTEIINNNDEIINNNDO" - Expressão muito usada pelas "mina" para indicar que não innnteiinnderam nada.

FAROL - Embora não passe nenhum navio em São Paulo, tem em toda esquina.

PIZZA - Alimento básico de todo sábado.

CURÍNTIA - Time de futebol, conhecido no resto do país como Corinthians.

PERUA - Não é nenhuma mulher que se arruma toda para ir ao açougue com o cachorrinho debaixo do braço. É apenas o veículo que leva e traz os "meu" e as "mina".

CARTA DE MOTORISTA - Não, não é nenhum bilhete apaixonado escrito à mão pelo motorista para sua mulher. É a Carteira de Habilitação dos "meu".

BENGALA - Não é apoio pra cego, é o pão francês de 200g.

quinta-feira, 19 de março de 2015

O PIOR FLAXFLU DA HISTÓRIA


Os pensamentos a seguir carecem - e muito - de qualquer fundamento estatístico.

Mas, na minha convivência diária com pessoas de variadas classes socioeconômicas, um fato tem me chamado a atenção: ninguém está nem aí para os valores tão nobres expressos em manifestações de ambos os lados desse FlaXFlu.

Os "coxinhas", quando em conversas de boteco, vociferam contra "tudo isso aí", a "corrupção desenfreada", "Dilma fédazunha" (pra ser suave) e tantas outras mas, no fundo, estão preocupados com quanto terão que sonegar do imposto pra comprar os dólares de sua próxima temporada em Miami. Ou coisa que o valha.

Os "petralhas", no mesmo cenário, vociferam contra o "PIG", o "Aécioporto", o "helipóptero" e muito mais mas, no fundo, continuam buscando um jeitinho de se arrumar à custa de artimanhas bem parecidas com as do lado oposto.

Os dois lados me deixam claro que pensar a política como uma maneira de promover melhorias gerais através do entendimento, da discussão de valores maiores e não de interesses menores, entre dezenas de outras iniciativas...
Ah, isso cansa, a vida é dura, tenho mais o que fazer, me chama quando for pra bater panela, me chama quando for pra curtir posts no fêicibúqui mas, não me chama pra pensar porque isso cansa.

E segue o jogo.

E eu vou ficando cada vez mais fora dele. O que, de certa forma, pode ser interpretado como a pior das posições: abandonar o jogo. Só que, pra mim, do jeito que as coisas vão caminhando, esse jogo não vale a pena ser jogado.

quarta-feira, 18 de março de 2015

O ESQUISITINHO...

... É muito bom!


Conheço pouco do Prince, mas o pouco que conheço acho espetacular.

Um tremendo guitarrista entre outras habilidades e, segundo informações colhidas, um perfeccionista alucinado.

Segue uma antológica apresentação no Rock And Roll Hall of Fame em 2004, muito bem acompanhado.


domingo, 15 de março de 2015

RESOLVE?


Pedindo licença ao meu amigo Dudu, "em apertada síntese" é o seguinte: mesmo após passar um domingão contemplando a rêdigrobo em indisfarçável orgasmo ao comprovar a tese "Hommer Simpson" do aclamado filósofo william bonner, acho que a tão ansiada saída do Supremo Baiacu da Nação - seja de que jeito for - não resolve porra nenhuma.

Entre os corruptos atuais e os antigos - que estão babando pelo retorno à boquinha - prefiro ficar com os atuais. Cujos, pelo menos, não estão engavetando como dantes.

Mas, não adianta: tenho certeza que nem minha neta vai viver para se orgulhar dos políticos brasileiros.

sexta-feira, 13 de março de 2015

THE CHAPMAN STICK



Emmett Chapman, no final da década de 60, inventou esse instrumento doidão aí.

O Robert Culbertson gostou, aprendeu,
deitou e rolou.




E se você quiser ver um vídeo sobre o Chapman Stick... https://www.youtube.com/watch?v=2GS0nKIebCc

quinta-feira, 12 de março de 2015

VELHO E SAUDOSISTA

Sô, sim.

Os geniais dirigentes do futebol, com a total conivência da grande mídia, conseguiram transformar os estaduais em eventos menos do que secundários. Basta ouvir a cantilena dos famigerados analistas de qualquer estado, que entoam, em coro bem afinado, pérolas no naipe de: "Os estaduais não querem dizer nada", "Os estaduais só servem de pré-temporada" e por aí vai.

Mas, o importante é que o Flamengo virou o jogo contra o Volta Redonda. Puxa! Altas emoções.
Só peguei o segundo tempo e, prestando mais atenção no campeonato carioca, dei de cara com agremiações tais como Tigres do Brasil, Barra Mansa, Boavista-RJ, Macaé e Nova Iguaçu.
Pô! Onde estão Portuguesa, Olaria, São Cristóvão, Campo Grande e América? Que falta de respeito!

Obs.: Paulinho entrou no segundo tempo, fez um golaço, mandou uma na trave, deitou e rolou. Paulinho na seleção, já!

quarta-feira, 11 de março de 2015

AINDA RESTA HUMOR (!?)

O comentário abaixo da notícia valeu o dia.


BARBOSA SUGERE QUE DILMA PODE SER GUILHOTINADA
À disposição para qualquer aventura desde que saiu do Supremo Tribunal Federal, o ex-ministro Joaquim Barbosa sugere que a presidente Dilma Rousseff pode cair, assim como a monarquia francesa, o império português no Brasil ou o czarismo na Rússia.

Daniel Veras ·  Top Commenter · Impitiman é meu zovo
Eh Negão... 
Aposentadoria é difícil, né? Em casa o dia inteiro. A mulher enchendo o saco. Ninguém te procura. 
Nenhuma capa de Jornal. Ninguém mais te chama de herói.
Dá uma vontade de falar merda, né?

terça-feira, 10 de março de 2015

CHEIROS

Por absoluta imposição profissional, lá foi o locutor que vos fala a um agradável (?!) happy hour.
Marcado para as 19h, o bobão aqui chega às 19h5 e, sortinha, encontra o casal autor do convite na porta - fato marcante que me livra de constrangimentos vários no estilo
-"Dá licença, você viu o Zé por aí?".

Ficamos conversando na porta e começa a chegar mais gente.
Um casal passa e a mulher exala um perfume cujo se o inimaginável acontecesse e ele - o perfume - estivesse no cangote da sábia que me acompanha, ela estaria triste. Uma vez que privada da minha saborosa presença.

Segue a conversa trivial e agora chega uma senhôra elegante (num salto que, em caso de desequilíbrio momentâneo, pode gerar graves consequências) e deixa no ar o meesmo perfume da primeira.
Tento respirar pela boca mas, uma paranóia de tempos imemoriais me diz que assim agindo os germes entrarão direto no pulmão. (Como se eu, desde garoto, não viesse inalando germes bem mais perversos.)

E chega mais um casal, agora conhecido dos meus anfitriões.
"Oi, tudo bem? Muito prazer", coisa e tal e a brisa me brinda com o meeesmo perfume.
Tão de sacanagem?

Me entrego a reflexões profundas e chego à simples conclusão que é isso aí mesmo. Todas usando o mesmo perfume é moda, manutenção do posicionamento social e, principalmente, a confirmação de que estou na terra do profeta Zé Ramalho: "Êêê oôu vida de gado, povo marcado, Ê, povo feliz!"

domingo, 8 de março de 2015

O BURACO É MAIS (BEM MAIS) EM BAIXO


Reforçando minha crença de que a política tupiniquim é um grande bebê sujo de bosta, segue mais um primoroso artigo do Santayana.

O PT, O PSDB E A ARTE DE CEVAR OS URUBUS.

6 de mar de 2015

Mauro Santayana

Se houve um erro recorrente, que pode ser trágico em suas consequências, cometido pela geração  que participou da luta pela redemocratização do Brasil, foi permitir que a flor da liberdade e da democracia, germinada naqueles tempos memoráveis, fosse abandonada, à sua própria sorte, no coração do povo, relegada a segundo plano pela  batalha, encarniçada e imediatista, das suas diferentes facções, pelo poder.

Perdeu-se a oportunidade - e nisso também devemos nos penitenciar - de aproveitar o impulso democrático, surgido da morte trágica de Tancredo Neves, para se inserir, no currículo escolar  de instituições públicas e privadas, obrigatoriamente, o ensino de noções de cidadania e de democracia, assim como o dos Direitos do Homem, estabelecidos na Carta das Nações Unidas, e esse tema poderia ter sido especificamente tratado na Constituição de 1988 e não o foi.    

Não se tendo feito isso, naquele momento, a ascensão ao poder de um auto-exilado, o senhor Fernando Henrique Cardoso, poderia ter levado ao enfrentamento dessa mazela histórica, e, mais ainda, pelas mesmas e mais fortes razões - a questão deveria ter sido enfrentada quando da chegada ao poder de um líder sindical oriundo da camada menos favorecida da população, pronto a entender a  importância de dar a outras pessoas como ele, o acesso à formação política que lhe permitiu mudar a si mesmo, e tentar, de alguma forma,  fazer o mesmo com o seu  país.

Em vários anos, nada foi feito, no entanto, nesse sentido.
Mesmo tratando-se de questão fundamental - a de explicar aos brasileiros para além das eventuais campanhas feitas pela Justiça Eleitoral a divisão e a atribuição dos Três Poderes da República, noções do funcionamento do Estado, dos direitos e deveres do cidadão, e de como se processa, por meio do voto, a participação da populaçao - nunca houve, e tratamos do tema muitas vezes, nenhuma iniciativa desse tipo, mesmo que pudesse ter sido adotada, a qualquer momento, por qualquer administração municipal.   

Pensou-se, erroneamente, que bastava voltar à eleição, pelo voto direto, do Presidente da República,  e redigir e promulgar um novo texto constitucional,  para que se consolidasse a Democracia  no Brasil.

Na verdade, essas duas circunstâncias deveriam ter sido vistas apenas como o primeiro passo para uma mudança mais efetiva e profunda, que teria de ter começado por uma verdadeira educação cívica e política da população.

Imprimiu-se a Democracia em milhões de exemplares da Constituição da República, mas não nos coraçôes e mentes da população brasileira.

De um povo que vinha, historicamente, de uma série de curtas experiências democráticas, entrecortadas por numerosos golpes, contra-golpes, de todo tipo; educado ao longo das duas décadas anteriores, dentro dos ritos e mitos de uma ditadura que precisava justificar, de forma peremptória, a derrubada de um governo democrático e nacionalista - ungido pelo plebiscito que deu vitória ao presidencialismo - com a desculpa do bovino anticomunismo da Guerra Fria, cego e ideologicamente manipulado a partir de uma potência estrangeira, os Estados Unidos.           

À ausência de um programa de educação democrática para a população brasileira -  e da defesa da Democracia como parte integrante, permanente, necessária, no nível do Congresso e dos partidos, do discurso político nacional, somou-se, nos últimos tempos, a deletéria criminalização e judicialização da política, antes, depois e durante as campanhas eleitorais. 

Assim como parece não perceber que a desestruturação da Petrobras, do BNDES, das grandes empresas de infra-estrutura, de outros bancos públicos, criará um efeito cascata que prejudicará toda a nação, legando-lhe uma vitória de Pirro,  caso venha a chegar ao poder em 2018, a oposição também não compreende, que ao incentivar ou se omitir, oficialmente, com relação a ataques à Democracia e aos apelos ao golpismo por parte de alguns segmentos da população, está dando um tiro pela culatra, que só  favorecerá uma terceira força, com relação à qual comete terrível engano, se acredita que tem a menor possibilidade de vir a controlar. 

A mesma parcela do público radicalmente contrária ao Partido dos Trabalhadores, estende agora, paulatinamente, o processo de criminalização da política ao PSDB e a outros partidos contrários ao PT, e já há quem defenda, na internet, e nas redes sociais, a tese de que o país precisa livrar-se das duas legendas, e  de que a saída só virá por meio do rápido  surgimento de outra alternativa política, ou de uma intervenção militar.  

Bem intencionado na área social, na macroeconomia, em alguns momentos, e em áreas como as Relações Exteriores e a Defesa, e atuando quase sempre  sob pressão, o PT cometeu inúmeros erros - e não apenas de ordem política - nos últimos anos.

Deixar de investigar, com o mesmo rigor que vigora agora, certos episódios ocorridos nos oito anos anteriores à sua chegada ao poder, foi um deles.

Abrir a porta a páraquedistas que nada tinham a ver com os ideais de sua origem, atraídos pela perspectiva de poder, também foi um equívoco.

Como foi fechar os olhos para o fato de que alguns de seus militantes estavam caindo, paulatinamente, na tentação de se deixar seduzir e contaminar, também, pelas benesses e possibilidades decorrentes das vitórias nas urnas. 

O maior de todos, no entanto, foi se omitir de responder, do começo, àqueles ataques mais espatafurdios, sem outra motivação do que a do ódio e do preconceito, que passou a receber desde que chegou à Presidência da República.

Ao adotar, de forma persistente, essa posição,  o PT prestou um terrível, quase irreparável, desserviço à Democracia.

Em um país em que blogueiros são condenados a pagar indenizações por chamar alguém de sacripanta, a própria liturgia do cargo exige que um Presidente ou uma Presidente da República usem a força da Lei para coibir e exemplar quem os qualifica, pública e diuturnamente, na internet, de fdp, ladrão, bandido, assassina, terrorista,  vaca,  anta, prostituta, etc, etc, etc.

E tal liturgia exige que isso se faça desde a posse, não apenas para preservar a  autoridade máxima da República, que a ninguém pertence pessoalmente,  já que conferida foi pelo voto de milhões de brasileiros, mas, sobretudo, para defender a democracia em um país e uma região do mundo em que quase sempre esteve ameaçada.

Existe, é claro, a liberdade de expressão, e existem a calúnia, o ataque às instituições, ao Estado de Direito, à Constituição, que ameaçam a estabilidade do país e a paz social, e o governo que se furta a  defender tais pressupostos, nos quais se fundamentam Estado e Nação, deveria responsabilizar-se  direta, senão criminalmente,  por essa omissão.   

Se Lula, Dilma, e outras lideranças não se defendem, nem mesmo quando acusadas de crimes como esquartejamento, o PT, como partido, faz o mesmo, e  incorre no mesmo erro, ao omitir-se de ampla e coordenada defesa da democracia - e não apenas em proveito próprio -  dentro e fora do ambiente virtual.
Em plena ascensão do discurso anticomunista e “anti-bolivariano” - o Brasil agora  é um pais  “comunista”, com 55 bilhões de reais de lucro para os bancos e 65 bilhões de dólares de Investimento Estrangeiro Direto no ano passado, e perigosos marxistas, como Katia Abreu, Guilherme Afif Domingos e Joaquim Levy no governo - sua militância insiste em se vestir de vermelho como o diabo, como adoram lembrar seus adversários,a cada vez que bota o pé na rua. 

Isso, enquanto, estranhamente, abandona, ao mesmo tempo,  o espaço de comentários dos grandes portais e redes sociais, lidos pela maioria dos internautas, a golpistas  que se apropriam das cores da bandeira, agora até mesmo como slogan.      

Ao fazer o que estão fazendo, o Governo, o PT e o PSDB, estão fortalecendo uma terceira força, e especializando-se na perigosa arte de cevar os  urubus.  

De que se alimenta a extrema direita?
Do ódio, da violência, do preconceito, da criminalização da política, da infiltração e do aparelhamento do estado, do divisionismo, da disseminação terrorista da calúnia, do boato e da desinformação.

No futuro, quando for estudado o curto período de 30 anos que nos separa da redemocratização, será possível ver com clareza - e isso cobrarão os patriotas pósteros, se ainda os houver, nesta Nação - como a hesitação, a imprevisibilidade, a aversão ao planejamento, a anemia partidária e a mais absoluta incompetência por parte da comunicação do PT, principalmente na enumeração e disseminação de dados irrefutáveis; e o irresponsável fomento ao anti-nacionalismo e à paulatina criminalização e judicialização da política, por parte, PSDB à frente, da oposição, conseguiram transformar o país libertário, uno e nacionalista, que emergiu da luta pela Democracia e que reunia milhões de pessoas nas ruas para defender esses ideais há 30 anos,  em uma nação fascista, retrógrada, politicamente anacrônica, anti-nacional e conservadora, que reúne, agora, nas ruas, pessoas para atacar o Estado de Direito, a quebra das regras que o sustentam, e a interrupção do processo democrático.

Um país cada vez mais influenciado por uma direita “emergente” e boçal - abjeta e submissa ao estrangeiro e preconceituosa e arrogante com a maioria da população brasileira -    estúpida, golpista e violenta, que está estendendo sua influência sobre setores da classe média e do lumpen proletariado, e crescendo, como câncer, na  estrutura de administração do estado, na área de segurança, nos meios religiosos, na mídia e na comunicação.

Destruiu-se a aliança entre burguesia nacionalista e trabalhadores, que conduziu o país à  Campanha das Diretas e à eleição de Tancredo Neves como primeiro presidente civil, depois de 21 anos de interrupção do processo democrático.

Destruiu-se a articulação das organizações e setores mais importantes da sociedade civil, na defesa do país, do desenvolvimento e da democracia.

Destruiu-se, sobretudo, a esperança e o nacionalismo, que, hoje, só a muito custo persistem, no coração abnegado de patriotas que lutam, como quixotes  aguerridos e impolutos, em pequenas organizações,  e, sobretudo, na internet, para evitar que a Nação naufrague, definitivamente, em meio à desinformação, ao escolho moral e à apatia suicida da atualidade; ao pesado bombardeio das forças que cobiçam, do exterior, nossas riquezas; e que o Brasil abandone e relegue, como quinto maior país do mundo em território e população, qualquer intenção que já tenha tido de ocupar, de forma altiva e soberana, o lugar que lhe cabe no concerto das Nações.

Quando se vêem brasileiros encaminhando pedidos à Casa Branca de intervenção na vida nacional, defendendo a  total privatização, desnacionalização e entrega de nossas maiores empresas, em troca, alegadamente, de comprar, como no país do Tio Sam,  por um real um litro de gasolina - se for por esta razão, por que não se mudam para a Venezuela, e vão abastecer seus carros em postos PDVSA, empresa 100% estatal, onde ela  está custando 15 centavos ? -  tratando meios de comunicação estrangeiros e pseudo organizações de todo tipo sediadas na Europa e nos Estados Unidos como incontestáveis oráculos aos que se deve reverência e obediência absolutas, os inimigos do Brasil riem, e sua boca se enche de saliva, antecipando a divisão e o esgarçamento da nossa sociedade, e nossa entrega e capitulação aos seus ditames, com a definitiva colonização da nossa Pátria, e, sobretudo, da alma brasileira.

Pouco mais há a fazer - correndo o risco de sermos tachados mais uma vez de loucos, ridículos e senis, extintos, e sem mais lugar neste mundo, do que os répteis que outrora cruzavam as planícies de Pangea - do que pregar, como João Batista, no deserto, mastigando os gafanhotos do ódio e do sarcasmo.

É preciso reunir os democratas e os nacionalistas onde os houver, para evitar e se contrapor, de forma inteligente, coordenada, ao fortalecimento descontrolado, já quase inevitável, das forças antidemocráticas e anti-nacionais.

O governo e a oposição - ao menos a mais equilibrada - precisam parar de cevar as aves de rapina, que, dentro, e fora do país, anseiam e já antevêem nossa  destruição, e o controle definitivo de nossa população e de nossas riquezas.

Quando acabarem, pelo natural esgotamento e imposição das circunstâncias, os equívocos, as concessões, os enganos, as omissões, as pequenas felonias, as traições à verdade, ao passado e ao futuro, de que se alimentarão os urubus?

sábado, 7 de março de 2015

POVINHO BESTA!

O cara arranja uma boquinha de ajudante do assistente do aspone de alguma 'otoridade'
e, imediatamente, passa a se sentir o "Triplo A Top Plus Advanced".

Logo no primeiro dia, ao receber um telefonema de um amigo, a coisa é mais ou menos assim:
-Belêzzz?
-Ocupado.
-Tô te ligando porque hoje vai rolar...
-clic.
No dia seguinte, hora do almoço, encontra o amigo que reclama.
-Pô, ontem você desligou ou caiu a ligação?
-Desliguei. Você é doido de falar assim no telefone. É tudo grampeado!
-Tá maluco? Tava te chamando pra balada na casa da Cotinha! Perdeu, bobão!
-A gente tem que se cuidar...

Ou seja, o sonhador, que não passa de um "vice-treco do subtroço", já está vendo seu nome na lista do lava-jato ou coisa que o valha.

Quando o bobinho está engenheiro, ou algo no gênero, é pior ainda.
-E aí, tá sumido... Como estão as coisas?
-Fui chamado pela Cotecon. (Ele nunca procura ou pede emprego; sempre "é chamado".)
-Legal! E o que você está fazendo lá?
-Sou chefe do departamento de sinalização presencial. (Operador de "Pare-Siga" - oito horas por dia debaixo de sol e chuva girando a plaquetinha engarrafadora de estradas.)

Se sobe na vida e ganha dinheiro aí é que a coisa pega pra valer.
Passa a nutrir um profundo desprezo por quem tem menos posses do que ele e segue invejando quem tem mais.
A mulher coleciona plásticas enquanto ele coleciona carros, outras mulheres (Já dizia Vinícius -"Você que só faz usufruir, E tem mulher pra usar ou pra exibir"...) e se transforma no "Exclusivo Cascateiro" (veja aqui: TIPINHOS).

E aí eu pergunto aos milhares e milhares de leitores desse blog:
Vocês já viram esse filme?
Tomara que não. Porque é bobo, chato e o final é patético.

sexta-feira, 6 de março de 2015

HORA DANÇANTE - 23


The Hollies foi uma banda formada na década de 60 pelos amigos de infância Graham Nash (que depois foi para o Crosby, Stills & Nash) e Allan Clarke, a magra versão inglesa do que o Erasmo Carlos gostaria de ter sido - como podemos comprovar no vídeo abaixo.

Fizeram sucesso com a melosa "He Ain't Heavy, He's My Brother" (que eu acho uma chatura) e também com essa deliciosa "Long Cool Woman in a Black Dress" que não tem nada demais - um solinho simples, uma batida marcada, uma letra doidaça mas, pra quem é sexygenário, all-in que foi um chicletinho.


ONCOTÔ? PRONCOVÔ?

Você sabe qual é a primeira coisa que o médico pergunta a um piloto após um acidente?
Assim que acorda, o piloto escuta as seguintes perguntas:
Quem é você? O que faz? O que quer do seu futuro?

Com Fernando Alonso, que sofreu um acidente durante treinos da pré-temporada da F-1 em Barcelona, não foi diferente, e o espanhol teve que se situar logo que acordou no hospital. Alonso até respondeu as três perguntas, mas o problema é que ele acordou com a memória de 20 anos atrás. As respostas foram: “Sou Fernando, corro de kart e quero chegar à Fórmula 1”.

Pensando bem, um acidentezinho nesse naipe viria a calhar para várias “celebridades” tupiniquins – tanto da chamada vida artística quanto da corja política.

quarta-feira, 4 de março de 2015

COITADINHOS!

Os "adêvogados" estão precisando de ajuda pra pagar o mé! Pobrezinhos, trabalham tanto em prol dos necessitados!
(A corja política que o diga...)

Vamos ajudar, vamos fazer um mutirão, uma passeata, uma petição no avaaz!

Assim, em breve, teremos uma ampliação dessa tão justa iniciativa estendida a juízes, desembargadores e, certamente, um desconto nos bordéis para eles visitarem suas genitoras. 

domingo, 1 de março de 2015

OCEANA


As chaturas do dia a dia, somadas à distância temporária da sábia-que-me-acompanha, produzem efeitos estranhos.


A começar por divagações e analogias ridículas tais como: oceano devia ser palavra feminina; 'oceana', 'mara' ou 'karla kelly', escolhe aí.

É que o salgadinho se comporta, na maior parte do tempo,
como uma mistura de perua purpurinada com dama na sociedade puta na cama.

Na maré cheia é uma perua purpurinada.
Se joga, fala alto, faz de tudo pra aparecer. Arremessa ondas gordas na beirinha, espalha espuma nos desavisados, amolece a areia, dificulta a caminhada e, na falta de opções, você vai ao mergulho.
Aí ela te enche o saco de vez. Ondas desencontradas, algas por todo lado, uma chatura.

Na maré baixa é a dama etc.
Se recosta lânguida, se mostra com classe e um leve tom de ousadia, te cativa com elegância. Você não resiste e vai com tudo.
Aí ela te fornece transparências maravilhosas e ondas eroticamente arredondadas que te permitem deslizar por prazeres libidinosos.

CQD.

Fumando um abençoado cigarrinho na janela, vejo passar um casal andando abraçado. O que me provoca outro efeito estranho: saudade de andar abraçado. Ter saudade de andar abraçado é uma coisa preocupante. Porque andar abraçado, normalmente, é muito chato. Costuma virar marcha.